terça-feira, 5 de outubro de 2010

A moderna Torre de Babel

Muitas coisas que existem nas Sagradas Escrituras são de difícil entendimento. Uma das coisas que nunca devemos fazer ao lermos a Bíblia é tomarmos tudo que está lá de forma estritamente literal. Na maioria das vezes só vamos entender o que realmente Deus queria dizer por meio dos profetas e dos que foram inspirados pelo Espírito Santo para escrever ou descrever determinado fato, muito tempo depois, quando passamos por experiências semelhantes, ou nos debruçamos sobre algum enigma real em nossas vidas práticas.
Cada vez mais estou convencido de que as escrituras tem toda uma filosofia para descrever a realidade imbutida muitas vezes dentro de estórias que quase nada tem haver com o mundo prático, sendo portanto na maioria das vezes, descartadas como simples lendas ou ridicularizadas pelos ateus e por pessoas que não são capazes de perceber que a verdadeira sabedoria está nas coisas mais simples e diretas, e que uma obsrvação mística escapa aos olhos acostumados a ver as coisas fechadas em si mesmas, como se as leis naturais fossem por si mesmas capazes de sustentar toda a infinitude do universo e a eternidade do tempo, sem contar o abarcamento de todo o mistério da vida e da morte.
Constantemente, mas de um certo período para cá, tenho me despertado para significações bíblicas dantes vistas por mim como incógnitas indecifráveis, e que num estalo, dado em face de um fato real em minha vida, passam a ser entendidas por mera associação de idéias, que lançam novas luzes de entendimento dessas mesmas alegorias bíblicas mediante comparação com o fato real vivenciado por mim.
Uma delas é a estória da Torre de babel, que narra a estória dos homens descendentes de Noé, da era pós diluviana, que, segundo a Bíblia, começaram a contruir uma cidade e uma torre bem alta, para que seus nomes fossem glorificados, e que Deus ao ver aquilo, confundira suas línguas a fim de que não mais conseguissem fazer o quisessem sem restrições e fossem dispersados por toda a terra.
Essa simples estória nos mostra uma profunda lição e entendimento da realidade e de nossa situação atual: Primeiro ela nos diz que um mundo unificado por pessoas más e ignorantes, só multiplica o mal e gera a auto destruição e em segundo lugar nos diz que qualquer tentativa de se igualar á Deus está fadada ao fracasso.
Quando vemos todo esforço dos globalistas da Nova Ordem Mundial em criar uma só cultura, um só sistema político, uma religião artifical que seria aceita por todos, uma só lingua e etc, vemos que, se por um lado um mundo globalizado e sem barreiras, é por definição um mundo mais simples e organizado, por outro lado, mostra que a humanidade não está preparada para um mundo assim feito pelo poder humano, e que um governo mundial só legitimará uma ditadura com todos os poderes para dar a vida ou retirá-la, a bel prazer de uma pequena elite. Antes de mais nada, esse intento, assim como o anti-cristo é uma imitação satanica do verdadeiro Cristo, é uma proposta satanica da Nova Jerusalém, que, ao contrário, não é feita pelos homens, mas ela desce dos céus, ou seja, não dependerá de iniciativas culturais ou governamentais, pois assim como Deus confundiu as línguas, e aqui se inclui tudo que está ligada á ela: cultura, raça, sistemas, etc, Deus as unirá no tempo devido à Sua maneira. Esse mundo único é a proposta da Nova Ordem Mundial, que está cada vez mais ganhando força no mundo.
A segunda lição que podemos extrair da estória da torre de Babel é que, o fato de ter Deus confundido suas línguas para que eles não completassem a torre, mostra metaforicamente que, nunca poderemos tentar criar um universo paralelo, por inteiro ou parcialmente por meio de qualquer Ciência, sem que soframos as consequências desses atos. Deus quiz mostrar através da estória do fracasso humano em tentar criar uma torre até aos altos céus, que a pretensão de usar o conhecimento para violar as leis da Criação é errado, primeiro porque ter essa pretensão em sí mesma já é uma afronta à Deus, e segundo, que por violar as leis naturais ela está fadada invariavelmente ao fracasso.
Muitos filmes tipo Matrix, Exterminador do Futuro, Avatar, etc, nos sugerem que somos capazes de recriar o universo e que a Ciência pode um dia nos levar a sermos tão criativos quanto Deus, sem prestarmos atenção no fato de que tudo que fizermos com as coisas já existentes, estaremos apenas emprestando o material já criado e modificando à nossa própria maneira, não muito diferente do que faz uma criança de 4 anos quando começa a brincar com blocos de montar. Não podemos nos esquecer de que qualquer modificação radical na estrutura das coisas sempre vai dar errado pelo simples fato de que qualquer coisa, virtualmente qualquer coisa que altere uma vírgula do universo, desestruturaria todo o tecido vivo do universo. Basta que isso acontecesse uma única vez, para o universo inteiro deixar de existir no momento seguinte. Para alterarmos um único componente do universo, teríamos que alterar todo o universo, ou criar outro igualzinho. Ou seja, a pretenção dos cientistas em fazer modificações genéticas radicais é a mesma pretensão daqueles homens que queriam criar uma torre para atingir o céu.
Só para dar um exemplo,vi numa reportagem sobre alguns cientistas declarando que podemos evitar o envelhecimento injetando nano-robôs, máquinas minúsculas que poderão evitar que as células morram. Ora, esses cientistas treinados na mentalidade modernista que separam o mundo fenomenal do mundo causal, e excluem o transcendente da realidade das coisas, não conseguem enxergar o fato de que a velhice não é apenas o controle das células. Se a velhice fosse apenas isto, eu diria que eles teriam sucesso, mas ela é mais do que isto, ela é, assim como qualquer fenomeno físico, um conjunto entretecido de coisas e situações infinitamente fora do controle humano. É como dizer que uma operação plástica pode lhe trazer a juventude de volta. Por isto esse projeto está condenado ao fracasso e esses contrutores modernos de Babel, serão jogados lá de cima, não por um dedo divino que interferirá diretamente, mas pelas próprias leis da natureza e do espírito que são o substrato da própria realidade.
Esse é só um exemplo da irracionalidade que faz parte do imaginário científico, moldado pelo pensamento modernista que excluiu a espiritualidade da vida prática e que permeia a cultura científica, principalmente entre os biólogos, antropólogos, sociólogos e filósofos. São vítimas da chamada ``Paralaxe cognitiva´´, que tanto acomete os homens de ciência e filósofos modernos que faz com que ao formular uma verdade universal, uma cosmovisão, esquecem de se incluirem a si mesmos como partes delas, sendo portanto a existência ou ação do pensador a principal prova da contradição daquilo que ele mesmo está propondo.
Na prática da engenharia genética, se observa o mesmo quando se admite que o homem terá num futuro qualquer, a capacidade de criar a vida de forma ``totalmente´´ artificial, sendo que todo o material utilizado será de natureza não artifical, portanto de totalmente artificial mesmo será na melhor das hipóteses a própria teoria. Caem no engano de pensar que podem pensar e agir numa outra realidade que não a própria que eles mesmos estão inseridos desde que se dão como gente.
A perniciosidade desse tipo de pensamento está não numa probabilidade mesmo que ínfima de serem bem sucedidos, pois tenho certeza que se tal possibilidade existisse, eu não estaria aqui agora escrevendo isto para voces, mas na capacidade de, em busca de realizar tais intentos, levarem consigo a vida física e espiritual de milhões de pessoas, por tempo suficientemente longo, antes de serem desmascarados como charlatães e loucos, dignos de constarem em algum livro de mitologia como os novos construtores de Babel.

André Chilano.