sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A fraude do aquecimento global




O futuro da Civilização está em jogo. A Humanidade enfrenta a terrível ameaça do aquecimento global, que a obrigará a uma drástica mudança de hábitos e padrões de desenvolvimento. Não, caro leitor, não nos referimos às variações climáticas que têm caracterizado a história geológica do planeta há centenas de milhões de anos, mas à gigantesca articulação internacional criada para atribuir às atividades humanas o ligeiro (e natural) aquecimento atmosférico registrado nos últimos 150 anos e, principalmente, às conseqüências dessa tramóia global - estas sim, potencialmente catastróficas. Nesta edição especial de Solidariedade Ibero-americana, pretendemos demonstrar que a suposta ameaça da subida dos termômetros nada tem a ver com o desenvolvimento humano, mas com uma combinação de interesses políticos e econômicos internacionalistas, cientistas cooptados, ONGs engajadas, uma mídia inclinada ao sensacionalismo e, não menos, as deficiências educacionais (principalmente nos países subdesenvolvidos) responsáveis pelo escasso conhecimento básico de ciências da população.

Sejamos diretos. O que temos diante de nós não é um fato cientificamente estabelecido, como trombeteia o "Resumo para formuladores de políticas" do quarto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas. Trata-se de uma das maiores operações de manipulação de opinião pública da história, a serviço de uma maldisfarçada agenda de "governo mundial", a qual, se bem-sucedida, implicará em um virtual congelamento do desenvolvimento socioeconômico em todo o planeta. Isto, porque, salvo por algum grande avanço tecnológico antecipado, como o domínio da fusão nuclear, não se vislumbram pelo menos para antes de meados do século substitutos viáveis em grande escala para o carvão, petróleo e gás natural, que respondem por quase 80% da produção mundial de energia, cujos usos se pretendem restringir em nome da "salvação" do planeta (enquanto se fazem grandes negócios com os chamados créditos de carbono).

Ou seja, as velhas inclinações das oligarquias internacionais - o malthusianismo, o colonialismo e a especulação financeira, todos embrulhados sob o rótulo do ambientalismo.

Como temos reiterado, o ambientalismo é uma ideologia obscurantista, anticivilizatória e, ironicamente, antinatural, pois nega a vocação inata do Homo sapiens para o progresso e a hierarquia ontológica que o coloca na vanguarda do processo de evolução universal ? a evolução tornada consciente, na inspiradora formulação do cientista francês Jean-Michel Dutuit.

A fraude do aquecimento global antropogênico, o maior esforço já feito pelos mentores do ambientalismo, não tem paralelo na história da ciência, nem mesmo no tenebroso Caso Lysenko, que atrasou em meio século o avanço das ciências biológicas na Rússia Soviética, inclusive com a eliminação física de grandes cientistas russos. Hoje, porém, os efeitos potenciais de tal tentativa de substituir à força a busca da verdade pela ideologia e por uma política de fatos consumados poderão, não apenas atrasar alguns países, mas interromper o progresso de toda a Humanidade. Portanto, urge que essa agenda anti-humana seja devidamente desmascarada e neutralizada.




Fabricando uma "emergência global"
Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco, Silvia Palacios e Nilder Costa

Embora esteja em andamento há décadas, a presente histeria climática vem em uma escalada acelerada a partir de meados de 2006, quando foi lançado em circuito mundial o documentário sensacionalista Uma verdade inconveniente, protagonizado pelo ex-vice-presidente estadunidense Al Gore (convenientemente agraciado com um Oscar da Academia de Hollywood). Em rápida sucessão, seguiram-se outros eventos destinados a reforçar na opinião pública de todo o mundo a impressão de que estaríamos diante de uma verdadeira emergência global, e não da tramóia que pode ser desvendada seguindo-se as pistas de certos personagens-chave, entre outros, o próprio Gore e o magnata canadense Maurice Strong, seu velho mentor de campanhas ambientalistas. Um dos principais articuladores do ambientalismo internacional, Strong é também a personificação da campanha "aquecimentista", que agora chega ao auge.

Em setembro, com grande publicidade, a Real Sociedade britânica (a mais antiga associação científica do mundo) enviou à companhia petrolífera Exxon/Mobil uma inacreditável carta, instando-a a interromper os financiamentos a pesquisas científicas contrárias ao suposto consenso em torno do aquecimento global antropogênico. Evidentemente, a carta ignorava os bilhões de dólares concedidos por governos e fundações do Establishment oligárquico às pesquisas contrárias, orientadas para demonstrar a suposta responsabilidade humana nas mudanças climáticas, ou às centenas de organizações não-governamentais (ONGs) engajadas na campanha alarmista.

Em meados de outubro, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) apresentou o Living Planet Report (Relatório sobre o planeta vivo), documento no qual a ONG favorita da família real britânica volta a bater na surrada tecla dos "limites ao crescimento", afirmando que, aos níveis atuais de consumo de recursos naturais, por volta de 2050, seriam necessárias três Terras para satisfazer às necessidades da Humanidade. A mensagem nem tão subliminar por trás de tal conclusão é a de que inexistiriam meios de estender a todos os habitantes do planeta os níveis de vida desfrutados pelos habitantes dos países industrializados mais avançados.

No final do mês, novamente com o apoio da Real Sociedade e um esquema de propaganda mundial, foi divulgado o estudo "A economia das mudanças climáticas", encomendado pelo Governo Tony Blair ao ex-economista do Banco Mundial sir Nicholas Stern. A conclusão principal era a de que o custo econômico das emissões de gases de efeito estufa poderá chegar a 20% do PIB mundial, até meados do século. Entre as recomendações para solucionar o suposto problema, o relatório destaca o estabelecimento de limites nacionais para as emissões de gases de carbono (Stern fala em 30% até 2050) e a consolidação dos já existentes mercados de créditos de carbono.

A proposta é consolidar o chamado dispositivo cap-and-trade (limitar-e-comerciar), com o qual as cotas de emissões são convertidas em títulos negociáveis. Stern estima o montante dos títulos hoje existentes em 28 bilhões de dólares, o qual poderá chegar a 40 bilhões de dólares até 2010. Porém, o potencial desse mercado de "derivativos de fumaça" será muito maior se os limites de emissões forem tornados obrigatórios para todos os países.

Oportunamente, Blair recrutou Al Gore para assessorá-lo no esforço de difundir o cenário de pesadelo imaginado por sir Nicholas, enquanto o seu ministro do Meio Ambiente, David Milliband, anunciava a intenção de distribuir cópias de Uma verdade inconveniente em toda a rede escolar secundária do Reino Unido (a despeito de os argumentos fraudulentos apresentados no filme terem sido amplamente contestados por numerosos cientistas).

Com a mídia mais preocupada com as sombrias extrapolações do relatório, passou quase despercebido o fato de que, desde 2004, Gore é um dos sócios fundadores do fundo de investimentos Generation Investment Management, sediado em Londres e criado para promover investimentos de longo prazo "sustentáveis", segundo os cânones ambientalistas. Em uma entrevista ao jornal The Observer de 14 de novembro de 2004, Gore deu uma pista do tipo de negócios pretendidos: "A mudança climática é um problema que não será resolvido pelos políticos... Os políticos têm um papel importante a cumprir, mas a realidade vai provocar os seus efeitos no mercado, independentemente da opinião pública e da ação dos governos."

Para Gore, a "intensidade de carbono" das atividades econômicas deverá ser um fator cada vez mais relevante para a sua lucratividade, citando como exemplo a indústria automobilística. Evidentemente, os créditos de carbono se encaixam perfeitamente no portfólio contemplado por ele e seus sócios. (Alguém mencionou conflito de interesses?)

Talvez, também não seja coincidência que Maurice Strong esteja associado ao megaespeculador George Soros em uma empreitada para introduzir no mercado dos EUA os minicarros chineses Chery ? muito menos "intensivos em carbono" do que qualquer automóvel estadunidense ou europeu.

Embora o Governo Bush não tenha ratificado o Protocolo de Kyoto, em janeiro, uma coalizão de grandes empresas e ONGs ambientalistas dos EUA (entre elas, o Natural Resources Defense Council e o World Resources Institute) fundou a Parceria de Ação Climática (USCAP), para promover "uma abordagem de mercado para a proteção climática, obrigatória e para toda a economia", inclusive junto ao Congresso e à Casa Branca.

A mensagem parece ser: Aí vem o apocalipse, mas vamos faturar com ele!

Ao mesmo tempo, a Comissão Européia propôs uma redução de 20% nas emissões de carbono sobre os níveis de 1990, até 2020 (acima dos 12% previstos no Protocolo de Kyoto, que vários países da União Européia já estão com dificuldades para cumprir, com sérias implicações para vários setores industriais do continente).

Ainda em janeiro, os editores do Bulletin of the Atomic Scientists, revista que desde há muito vem funcionando como veículo de propaganda dos promotores das teses de "governo mundial", afirmaram que o aquecimento global representaria para o mundo uma ameaça tão ou mais grave que a possibilidade de um conflito nuclear (simbolicamente representada no "Relógio do Apocalipse" estampado na capa da revista, cuja proximidade da meia-noite indica o risco de um conflito nuclear em algum lugar do planeta).

Da mesma forma, ao lado da crise real de liderança dos EUA pós-Iraque, a suposta crise climática foi um dos principais destaques da reunião anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, ocorrida simultaneamente com o conclave do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em Paris. O parágrafo inicial do boletim de imprensa final do evento ressalta a importância atribuída ao tema:

"A Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, fechou no domingo (29/01) com as mudanças climáticas firmemente (colocadas) no palco central do debate. Em 17 sessões relacionadas ao aquecimento global, o Fórum reuniu os principais acadêmicos, líderes empresariais, representantes de ONGs, chefes de agências da ONU e políticos do mundo, além de muitos outros, para avançar as discussões e explorar oportunidades práticas para o progresso por meio de parcerias. O encontro ilustrou claramente o compromisso cada vez mais profundo do empresariado em engajar outros grupos para o encaminhamento desse tema."



Como seria previsível, os esquemas cap-and-trade foram as vedetes das discussões, sendo defendidos, entre outros, pelo inevitável sir Nicholas Stern e o físico brasileiro José Goldemberg, um veterano ativista do ambientalismo internacional.

Também presente, o ministro Milliband afirmou que "mercados de carbono amplos, longos e profundos são absolutamente essenciais. Não existe preço para a poluição que produzimos nos últimos 150 anos... E, olhando para a frente, nós precisamos projetar o mercado além de 2012, para manter a confiança empresarial engajada com um nível de certeza". Vale recordar que Milliband é o mesmo que propôs recentemente a "privatização da Amazônia", para preservar a floresta como um depósito de carbono mundial.

A escalada chegou ao auge em 2 de fevereiro, com a divulgação do "Resumo para formuladores de políticas" (Summary for Policymakers) do IPCC, o qual afirma que "a maior parte do aumento observado nas temperaturas médias globais desde meados do século XX é muito provavelmente devida ao aumento observado nas concentrações antropogênicas de gases de efeito estufa" (grifos no original). O documento define "muito provavelmente" como um grau de certeza superior a 90% - compreensivelmente, recebido de forma generalizada como uma chancela da comunidade científica ao fenômeno.

O impacto provocado pelo relatório pode ser avaliado pela chamada de primeira página da Folha de S. Paulo de 3 de fevereiro: "Cientistas prevêem futuro sombrio para a Terra. A temperatura da Terra subirá até o fim do século, diz o mais importante relatório sobre o aquecimento global, produzido por 600 cientistas de 40 países. A geleira sobre a Groenlândia pode sumir em milênios, os furacões ficarão mais fortes e o nível do mar subirá pelos próximos mil anos - de 18 cm a 59 cm até 2100. O relatório responsabiliza a ação humana pelo aquecimento global."

Ato contínuo, os porta-vozes do aparato ambientalista internacional se apressaram em endossar as conclusões do documento. O ubíquo ministro Milliband foi rápido no gatilho: "Ele é outro prego no caixão dos negadores das mudanças climáticas e representa o quadro mais representativo até agora, mostrando que o debate sobre a ciência das mudanças climáticas está bem e verdadeiramente encerrado."

"O relatório do IPCC incorpora um extraordinário consenso científico de que as mudanças climáticas já estão sobre nós e que as atividades humanas são as responsáveis", disparou o diretor-geral do WWF Internacional, James Leape.

O diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, completou dizendo que o relatório "nos dá um alerta vigoroso de que o impacto potencial será mais dramático, rápido e mais drástico em termos de conseqüências do que se pensava antes. Os impactos irão mudar de maneira fundamental os modos de vida de algumas pessoas".

Dias depois, em uma reunião em Washington, a Organização de Legisladores Globais para um Meio Ambiente Equilibrado (Globe International) divulgou um manifesto, apoiando as conclusões alarmistas do IPCC e, claro, o mecanismo cap-and-trade. Originalmente fundado em 1989, por parlamentares dos EUA e do Reino Unido, o grupo reúne atualmente representantes dos países do G-8 e de cinco países-líderes do bloco subdesenvolvido ? China, Índia, África do Sul, México e Brasil (os signatários brasileiros do manifesto foram os senadores Renato Casagrande e Serys Shlessarenko e os deputados Antônio Palocci Filho e Augusto Carvalho). Entre os seus patrocinadores, destacam-se a União Européia e empresas como a BP, Anglo American, Bayer, American Electric Power, Ernst & Young e outras.

Se tais planos forem bem-sucedidos, ao contrário do que afirma o ecotecnocrata Steiner, não serão os modos de vida de algumas pessoas que mudarão, mas os de todo o planeta ? e para muito pior, exceto para os próceres do big business adredemente posicionados para aproveitar os novos tempos.




Uma manipulação planetária

Felizmente para a Humanidade, a trombeteada crise climática provocada pelo homem simplesmente não existe. Na verdade, trata-se da culminância de um vasto processo de "engenharia social" (ou, em português claro, manipulação) de caráter neocolonial e de longo prazo, deflagrado há quatro décadas por grupos oligárquicos hegemônicos do Hemisfério Norte, com o objetivo geral de reorientar o desenvolvimento socioeconômico mundial de acordo com os seus propósitos exclusivistas ? enquanto, claro, fazem grandes negócios.

Recorde-se que, em meados da década de 1960, a Humanidade como um todo experimentava o mais alto ritmo de progresso de sua história, com destaque para os países do chamado Terceiro Mundo, muitos dos quais implementavam ou contemplavam ambiciosos programas de industrialização. Contra esse impulso positivo e otimista, que contrariava a sua visão negativa sobre o mundo e as perspectivas humanas, o Establishment oligárquico anglo-americano desfechou uma ofensiva em várias frentes, visando, basicamente:

1) transferir o controle dos processos de desenvolvimento, dos Estados nacionais para entidades supranacionais e não-governamentais, consolidando estruturas de "governo mundial" (ou "governança global", como preferem alguns);

2) erradicar o "vírus do progresso" entre os estratos educados das sociedades de todo o mundo, com a difusão do irracionalismo e da descrença nas conquistas científico-tecnológicas como motores do desenvolvimento;

3) reduzir o crescimento da população mundial; e

4) controlar uma grande proporção dos recursos naturais do planeta.

O movimento ambientalista internacional, cuja criação por tais grupos hegemônicos remonta àquele período, tem sido um dos principais instrumentos dessa demonização do progresso científico, tecnológico e industrial e seus desdobramentos. Por trás da fachada da proteção de uma natureza desumanizada e transformada em entidade de direito próprio, encontra-se a idéia-força - moralmente inaceitável e cientificamente insustentável ? de que o planeta não suportaria a extensão dos benefícios da modernização industrial a todos os povos e países.

Além disso, o alarmismo "aquecimentista" está sendo exacerbado em um momento de definições cruciais para o Establishment oligárquico, no qual a sua agenda hegemônica se encontra em xeque por conta da erosão acelerada da ordem mundial pós-Guerra Fria, devido a:

1) os limites da supremacia militar e financeira dos EUA;

2) a crescente instabilidade do sistema financeiro "globalizado", que necessita de novas fontes de liquidez e instrumentos especulativos; e

3) a ressurgência de vários Estados nacionais importantes, como a Federação Russa de Vladimir Putin, no controle dos recursos naturais de seus territórios, especialmente os energéticos (90% das reservas mundiais de petróleo e gás natural já se encontram sob controle estatal, contra apenas 10% das multinacionais do setor).

Com a implosão do bloco socialista, em 1989-91, e a desmoralização da agenda política do "choque de civilizações" como um substituto plausível para o conflito ideológico da Guerra Fria, a decretação de uma suposta emergência climática planetária oferece a tais círculos uma grande oportunidade para a manutenção e aprofundamento da agenda de "governança global".

As propostas em discussão contemplam o estabelecimento de draconianos limites para as emissões de carbono a partir de 2012, quando expira o vigente Protocolo de Kyoto, os quais seriam extensivos aos países subdesenvolvidos, atualmente isentos deles. Como quase 80% do consumo mundial de energia dependem dos combustíveis fósseis, é fácil perceber que os esforços de desenvolvimento da grande maioria dos países ficariam umbilicalmente ligados aos florescentes ? e altamente especulativos - mercados de créditos de carbono. Ou seja, em lugar do antigo "padrão-ouro", teríamos agora um "padrão-carbono" a limitar o progresso dos povos.

A União Européia tem um grande interesse na oficialização dos limites de emissões, pois, juntamente com o Japão e o Canadá (cuja permanência é incerta), é o único grande centro econômico obrigado a cumprir as metas restritivas do Protocolo de Kyoto - não ratificado pelos EUA -, o que está provocando um pesado óbice às suas indústrias, um tanto debilitadas pela "globalização" financeira e a competição desigual com a mão-de-obra ultrabarata das indústrias asiáticas.

Ademais, a despeito de todo o alarido sobre energias alternativas, não há substitutos em grande escala para os combustíveis fósseis, nas próximas décadas. Sem falar no fato de que, no caso da geração de eletricidade, as fontes hidrelétricas e nucleares (que, juntamente com as termelétricas alimentadas a combustíveis fósseis, respondem por 99% da geração mundial) também se encontram sob o fogo cerrado do aparato ambientalista.

A grande ameaça que paira sobre o planeta não é climática ou qualquer outra catástrofe imaginada pelos delírios ambientalistas, mas o aprofundamento das injustiças e desigualdades mundiais, que tem se acelerado com a "globalização" financeira das últimas décadas. A reversão desse processo e a retomada do desenvolvimento e do otimismo cultural em escala global irá requerer, entre outros itens, uma considerável ampliação da oferta e dos usos da energia em todo o planeta (para 90% dos 700 milhões de africanos, energia ainda é sinônimo de lenha, o combustível mais primitivo utilizado pelo homem). Portanto, qualquer proposta de redução do uso de combustíveis fósseis, enquanto tecnologias mais eficientes não estiverem plenamente disponíveis, assume o caráter de um crime de lesa-humanidade. As sugestões mais extremadas, de reduções de até 60% das emissões até meados do século, feitas por ambientalistas - e até mesmo alguns cientistas - mais delirantes, podem ser francamente rotuladas como pró-genocidas.

Por último, para implementar semelhante esquema, haveria a necessidade de estabelecimento de uma autoridade supranacional para fiscalizar o cumprimento das metas de emissões e, eventualmente, punir os infratores. Quem estaria a cargo de uma tal entidade? Como seriam nomeados e a quem responderiam os seus dirigentes? Poderia ela determinar sanções econômicas e até militares contra os países recalcitrantes? Como veremos adiante, tal agência já está sendo pensada.




Consenso forjado e ciência engajada

Para justificar os cenários catastrofistas necessários para "vilanizar" as atividades industriais e os modelos de desenvolvimento baseados na industrialização, os mentores do ambientalismo precisaram forjar um arremedo de consenso científico sobre a suposta emergência climática. Curiosamente, as primeiras propostas para a limitação das emissões de dióxido de carbono já surgiram na Conferência de Estocolmo, em 1972, em um momento em que as temperaturas globais vinham caindo desde 1940. Na época, parte do discurso alarmista se referia ao resfriamento global e à ameaça de uma nova era glacial.

Nas décadas seguintes, a reversão da curva de temperaturas, que voltaram a subir a partir de 1975, facilitou a transformação da climatologia em um instrumento político. Começou, então, a litania para responsabilizar o dióxido de carbono antropogênico pelo aumento das temperaturas, mesmo diante das maciças evidências de que o aquecimento registrado no século XX era um fenômeno tão natural como o Período Quente Medieval, entre os séculos IX e XII, quando as temperaturas no Hemisfério Norte eram 1-2oC superiores às atuais ? mais de seis séculos antes da Revolução Industrial.

Desde então, o alegado consenso vem sendo construído a partir de uma criteriosa seleção dos cientistas participantes de encontros internacionais dedicados ao assunto e o direcionamento preferencial de verbas para as pesquisas favoráveis aos cenários catastrofistas. Em um depoimento publicado na edição de dezembro de 2000 do Weather Action Bulletin, o meteorologista britânico Piers Corbyn foi enfático: "O problema que estamos enfrentando é que o Establishment meteorológico e o lobby dos grupos de pesquisa do aquecimento global, que recebem grandes financiamentos, estão aparentemente tão corrompidos pela generosidade recebida, que os cientistas que atuam neles venderam a sua integridade."

Em paralelo, os cientistas que questionavam a ilação simplista "carbono-aquecimento" passaram a ser pejorativamente rotulados como "céticos", agentes a soldo das empresas de petróleo e carvão e outros epítetos do gênero. Escusado dizer que raramente a mídia (em geral propensa ao sensacionalismo) tem se dado ao trabalho de consultá-los. No Brasil, a longa série de reportagens alarmistas que a Rede Globo de Televisão dedicou ao assunto em seus programas jornalísticos de horário nobre, desde o lançamento do "Relatório Stern", não ouviu um único cientista contrário ao cenário catastrofista (que, apesar de tudo, constituem a grande maioria).

Nos últimos meses, os "céticos" passaram a ser alvos de uma autêntica caça às bruxas. Nos EUA, a apresentadora do Weather Channel, Heidi Cullen, sugeriu que os meteorologistas que não aceitassem o que chamou de "visão científica aceita" sobre o aquecimento global tivessem canceladas as suas licenças profissionais. Pouco depois, o climatologista-chefe do estado de Oregon, George Taylor, passou a ser ameaçado de demissão por ter questionado publicamente o cenário catastrofista. Na Inglaterra, o celebrado colunista do The Guardian, George Monbiot, propôs que tais cientistas fossem submetidos a julgamentos como os do Tribunal de Nuremberg, que condenou criminosos de guerra nazistas após a II Guerra Mundial.

Quanto ao decantado Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os seus relatórios e, em especial, os "Resumos", têm funcionado como os "diários oficiais" da campanha. Para tanto, o órgão não tem se furtado a recorrer a fraudes escandalosas, como ocorreu com o notório "gráfico do taco de hóquei" do relatório de 2001, o qual, simplesmente, suprimiu o Período Quente Medieval, para implicar que o aquecimento ocorrido no século XX seria de responsabilidade humana (ver Parte 5).

Da mesma forma, o IPCC tem ignorado sistematicamente as evidências que não se encaixam no cenário antropogênico, como as cada vez mais numerosas pesquisas que demonstram a influência determinante das radiações cósmicas e solares sobre o clima terrestre (ver Parte 8).

Por outro lado, a grande maioria dos prognósticos alarmistas se baseia em modelos climáticos computadorizados, que estão muito longe de simular com precisão aceitável os processos do mundo real, pela simples razão de que o clima da Terra é resultante de uma ultracomplexa interação de fatores cósmicos e terrestres, muitos dos quais ainda pouco conhecidos da ciência. Portanto, por mais avançados que sejam os supercomputadores nos quais são rodados, tais modelos não passam de ferramentas úteis para estudos acadêmicos e não poderiam, em hipótese alguma, ser utilizados para fundamentar políticas de tão grande alcance para o futuro da Humanidade.

A própria metodologia que privilegia o uso de modelos matemáticos, em detrimento das observações no mundo real, decorre da hegemonia adquirida pelo enfoque mecanicista-reducionista nas ciências, o qual pretende compreender os fenômenos a partir do conhecimento agregado das suas partes constituintes. Herança do Iluminismo, essa ótica pode ser bem-sucedida com fenômenos menos complexos e o desenvolvimento de projetos tecnológicos, mas não favorece o entendimento da dinâmica planetária e do contexto cósmico no qual ela se insere (e, menos ainda, do papel universal da espécie humana). Além disso, é um obstáculo aos avanços dos novos campos do conhecimento científico que, nas décadas vindouras, serão necessários para assegurar um progresso eqüitativo e sustentado para toda a Humanidade. Por conseguinte, é imperativo que a verdadeira ciência seja reconduzida ao lugar que lhe cabe nas discussões sobre o clima terrestre e as suas interações com as atividades humanas.



Um alerta do Canadá

Uma contundente manifestação de cientistas de escol contra o "consenso" fabricado foi uma carta aberta encaminhada em abril de 2006 ao primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, propondo uma rediscussão da posição do país no Protocolo de Kyoto. Encabeçada pelo Dr. Ian D. Clark, professor de Hidrogeologia e Paleoclimatologia da Universidade de Ottawa, a carta foi assinada por outros 59 dos mais proeminentes cientistas envolvidos em estudos climáticos, do Canadá, EUA, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Dinamarca, Suécia e Polônia. Os dois parágrafos seguintes são auto-explicativos:

"Embora os pronunciamentos confiantes de grupos ambientais cientificamente desqualificados possa proporcionar manchetes sensacionalistas, eles não são base para uma formulação de políticas amadurecida. O estudo das mudanças climáticas globais é, como o senhor tem dito, uma 'ciência emergente', talvez a mais complexa jamais encetada. Pode levar anos antes que entendamos adequadamente o sistema climático da Terra. Não obstante, avanços significativos foram feitos desde a criação do protocolo, muitos dos quais nos estão afastando de uma preocupação com o aumento dos gases de efeito estufa. Se, em meados da década de 1990, nós soubéssemos o que sabemos hoje sobre o clima, quase certamente Kyoto não existiria, porque teríamos concluído que não era necessário.

"Nós entendemos a dificuldade que qualquer governo tem ao formular políticas razoáveis com base na ciência, quando as vozes mais estridentes parecem estar levanto ao rumo oposto. Entretanto, a convocação de consultas abertas e não-tendenciosas permitirá aos canadenses ouvir especialistas dos dois lados da comunidade de ciências climáticas. Quando o público vir a entender que não existe qualquer 'consenso' entre os cientistas climáticos, no tocante à importância relativa das várias causas das mudanças climáticas globais, o governo estará em uma posição muito melhor para elaborar planos que reflitam a realidade e possam, portanto, beneficiar tanto o meio ambiente como a economia."




O "taco de hóquei": retrato de uma fraude

Caro leitor, observe os dois gráficos abaixo. O primeiro (Fig. 1), apresentado no primeiro relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em 1990, retrata as variações relativas de temperatura ocorridas ao longo do último milênio. Mesmo sem maior precisão, ele mostra o Período Quente Medieval, entre os séculos IX e XII, com temperaturas mais altas que as atuais, e a Pequena Idade do Gelo, entre os séculos XVII e XIX, mais fria e da qual o aquecimento registrado no século XX parece não ser mais que uma recuperação. Ambos os períodos são bastante conhecidos pelos paleoclimatologistas, que estudam a história climática do planeta. Como as medições diretas com termômetros tiveram início apenas no final do século XVIII, as épocas anteriores são estudadas com métodos indiretos ? isótopos de oxigênio (O18/O16), pólen, anéis de crescimento de árvores, formações geológicas características etc. -, os quais proporcionam um quadro suficientemente preciso sobre o clima vigente em um dado período.







O segundo gráfico (Fig. 2), divulgado em 1999 pela equipe do paleoclimatologista Michael E. Mann, então na Universidade de Massachussetts, se refere a um estudo de anéis de árvores e outras fontes e foi apresentado no relatório de 2001 do IPCC. Ele mostra um ligeiro resfriamento de 0,2oC para o Hemisfério Norte, no período 1000-1900, seguido de uma brusca elevação de 0,6oC, no período 1900-2000. Por sua forma, ficou conhecido como o "taco de hóquei" e foi extensamente alardeado pelo IPCC e a comunidade "aquecimentista" como uma evidência cabal da ação humana no clima. O problema é que, como foi prontamente demonstrado, ele era simplesmente falso.







De início, chamou a atenção o fato de que o gráfico do grupo de Mann eliminava sumariamente o Período Quente Medieval e a Pequena Idade do Gelo. Pouco depois, dois estatísticos canadenses da Universidade de Guelph (Ontario), Stephen McIntyre e Ross McKitrick, analisaram os dados e a metodologia usados pela equipe de Mann e concluíram que os algoritmos empregados sempre produziam um gráfico em forma de bastão de hóquei, independentemente dos dados aplicados a eles. Posteriormente, por solicitação do deputado Joe Barton, então presidente do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos EUA, o Dr. Edward J. Wegman, da Universidade George Mason e considerado um dos maiores especialistas em modelos estatísticos computadorizados do país, também revisou o trabalho de Mann e chegou à mesma conclusão.

Ademais, Wegman fez uma crítica devastadora à comunidade dos "aquecimentistas", que, segundo ele, formam um grupo tão fechado em si próprio que impossibilita qualquer revisão independente de trabalhos como o de Mann. Em suas palavras, "existe um grupo estreitamente interligado de indivíduos que acredita apaixonadamente em suas teses. Entretanto, a nossa percepção é a de que este grupo tem um mecanismo de retroalimentação que se auto-reforça e, ademais, o trabalho tem sido tão politizado que eles dificilmente podem reavaliar as suas posições públicas sem perder a credibilidade".

Diante da fraude comprovada, o IPCC não fez qualquer retratação e, embora tenha excluído o trabalho de Mann do "Resumo" de 2007, manteve as suas conclusões no documento, a saber: "Informações paleoclimáticas apóiam a interpretação de que o aquecimento do último meio século é incomum, pelo menos nos 1300 anos anteriores."

Em respeito à inteligência do leitor, dispensam-se maiores comentários.




História (quase) secreta do aquecimento global

As três décadas que se seguiram à II Guerra Mundial representaram o período de mais rápida expansão do processo de desenvolvimento socioeconômico para toda a Humanidade. Tal impulso foi proporcionado pela reconstrução econômica do pós-guerra, especialmente na Europa e no Japão, o processo de descolonização na Ásia e na África e o arcabouço financeiro e monetário relativamente estável proporcionado pelo Sistema de Bretton Woods. Ao mesmo tempo, uma série de conquistas científico-tecnológicas contribuía para disseminar um intenso otimismo cultural: a "Revolução Verde" dos cultivos de alto rendimento, os avanços da medicina e da saúde pública, das telecomunicações, as perspectivas de uso pacífico da energia nuclear, a corrida espacial e outras.

Naquele momento, a palavra de ordem era industrialização, principalmente entre os países subdesenvolvidos. Em 1957, o comércio mundial de produtos industrializados superou pela primeira vez o de produtos primários e alimentos. Entre 1953 e 1963, a participação dos países subdesenvolvidos na produção industrial mundial subiu de 6,5% para 9%, uma alta de quase 50%, com tendência ascendente.

Foi nesse contexto que certos setores do Establishment anglo-americano colocaram em marcha o movimento ambientalista internacional, cuja criação já vinha sendo preparada desde o pós-guerra imediato. Em seu livro Battling Wall Street: The Kennedy Presidency (Combatendo Wall Street: a Presidência Kennedy), o sociólogo estadunidense Donald Gibson descreve:

"No final da década de 1950 e início da de 1960, uma antiga inclinação existente entre alguns membros da classe superior estava prestes a se tornar um assunto nacional. Esta inclinação ia redefinir as conquistas da ciência e da tecnologia como ações malignas que ameaçavam a natureza ou como fúteis tentativas de reduzir o sofrimento humano que, diziam, era o resultado da superpopulação. Essa tendência, em parte articulada como uma visão de mundo nos escritos de Thomas Malthus, toma o que podem ser preocupações razoáveis sobre temas como a qualidade do ar e da água e as reveste de uma ideologia profundamente hostil ao progresso econômico e à maioria dos seres humanos."

Desde as fases iniciais do movimento, o potencial do dióxido de carbono (CO2) como "vilão ambiental" não passou despercebido pelos seus mentores, com destaque para o magnata canadense Maurice Strong (foto acima), cuja trajetória multifacetada é a demonstração viva do controle do ambientalismo pelo Establishment oligárquico. Já em 1972, como secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, ele apresentou uma agenda que antecipava com grande "clarividência" o que estava por vir. O relato é da sua compatriota, a competente jornalista investigativa Elaine Dewar, no livro Cloak of Green: The Links Between Key Environmental Groups, Government and Big Business (Capa de verde: os laços entre grupos ambientais importantes, governos e os grandes negócios):

"Quando a Conferência de Estocolmo foi instalada, em 1972, Strong advertiu urgentemente sobre o advento do aquecimento global, a devastação das florestas, a perda de biodiversidade, os oceanos poluídos e a bomba-relógio populacional. Ele sugeriu um imposto sobre a movimentação de cada barril de petróleo e o uso desses fundos para criar uma grande burocracia da ONU, para chamar a atenção sobre a poluição onde quer que ela se encontrasse. Na medida em que eu lia esse velho discurso, eu compreendia que ele quase poderia ser repetido na Cúpula do Rio... Um documento do Greenpeace, que circulou antes do Rio, alegava que a Conferência de Estocolmo fora um fracasso, por causa do que não fora discutido. Certamente, para alguns, as discussões limitadas foram um fracasso. Para outros interesses, elas constituíram um sucesso."

Um dos desdobramentos da Conferência de Estocolmo foi a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), para o qual Strong foi nomeado o primeiro diretor-executivo. A partir do cargo, que ocupou até 1975, ele desempenhou um ativo papel na popularização das supostas ameaças para a atmosfera, representadas pelo uso de combustíveis fósseis e produtos químicos agressivos para a camada de ozônio ? esta última, uma teoria alarmista que também dava os seus primeiros passos e seria crucial para a agenda ambientalista, como veremos adiante.

Além da Conferência de Estocolmo, o ano de 1972 presenciou duas outras importantes iniciativas da campanha catastrofista. O primeiro foi o lançamento do famigerado relatório do Clube de Roma, Limites ao crescimento, o qual introduziu as projeções computadorizadas na metodologia alarmista, prognosticando o esgotamento de vários recursos naturais nas décadas seguintes. O segundo foi a criação, em Laxemberg, Áustria, do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicada (IIASA), um empreendimento conjunto do Establishment ocidental e certos setores da Nomenklatura soviética, que perceberam na causa ambientalista o potencial para o estabelecimento de um "condomínio de poder" Leste-Oeste (a posterior adesão de Mikhail Gorbachov às causas "verdes" tem aí as suas raízes). Até hoje, o IIASA tem desempenhado um importante papel na promoção do aquecimento global antropogênico.

Um marco decisivo da campanha contra o dióxido de carbono foi a conferência "A atmosfera: ameaçada e ameaçadora", realizada em outubro de 1975, em Washington (EUA), promovida pelo Centro Internacional Fogarty para Estudos Avançados de Ciências da Saúde, órgão do governo estadunidense. Curiosamente, uma das organizadoras do evento foi a antropóloga Margaret Mead (foto acima), uma veterana integrante de programas de "engenharia social" do aparato de inteligência do Establishment. As suas palavras não poderiam ser mais claras sobre os rumos da campanha ambientalista: "Estamos enfrentando um período em que a sociedade deve tomar decisões em escala planetária... A menos que os povos do mundo possam começar a entender as conseqüências imensas e de longo prazo do que parecem ser pequenas escolhas imediatas ? furar um poço, abrir uma estrada, construir um grande avião, fazer um teste nuclear, instalar um reator regenerador, liberar produtos químicos que se diluem na atmosfera ou descarregar resíduos concentrados no mar -, todo o planeta pode ficar em perigo."

Em outro trecho, os anais da conferência registram:

"A Dra. Mead enfatizou que a conferência foi baseada no pressuposto de que decisões políticas de tremendo alcance serão tomadas - com os cientistas provendo elementos de julgamento ou não. Não há meio de os cientistas evitarem afetar o processo de tomada de decisões em assuntos relacionados às suas disciplinas, mesmo se permanecerem publicamente em silêncio. Uma decisão dos formuladores de políticas no sentido de não agir na ausência de informação ou conhecimento científico é uma decisão política por si mesma e, para os cientistas, não há a possibilidade de inação, exceto a de deixarem de ser cientistas."

Juntamente com o outro organizador do evento, o climatologista William Kellogg, Mead propôs a adoção de uma "Lei da Atmosfera" de âmbito mundial, a qual estabelecesse limites para a quantidade de emissões de dióxido de carbono que cada nação poderia produzir. Não por acaso, entre os participantes da conferência, encontravam-se outros dois climatologistas que, posteriormente, se destacariam na promoção do aquecimento global antropogênico, Stephen Schneider (foto acima) e George Woodwell.

A conferência também serviu como plataforma de lançamento para a chamada Hipótese Gaia, um esdrúxulo coquetel de pseudociência e misticismo que considera a Terra um ser vivo de direito próprio, idealizado pelo biólogo inglês James Lovelock (foto acima), que se tornaria um dos principais propagandistas do aquecimento global. Em seu último livro, A vingança de Gaia, lançado em 2006, Lovelock prognostica uma catástrofe planetária antes do final do século, causada por aumentos de temperatura de 5-8oC, os quais provocariam a expansão das áreas desérticas e a morte de bilhões de pessoas. Segundo ele, apenas na região ártica sobreviveriam alguns poucos casais em condições de acasalamento. (Embora afirmando discordar de alguns dos seus fundamentos, Stephen Schneider se tornou um dos principais propagandistas da Hipótese Gaia.)

O engajamento seletivo da comunidade científica na campanha do dióxido de carbono se deu crescentemente, ao longo da década de 1980, a partir de uma série de conferências internacionais promovidas pela burocracia ambiental das Nações Unidas (PNUMA e Organização Meteorológica Mundial), em cooperação com o IIASA: Villach, Áustria (1985); Villach e Bellaggio, Itália (1987); e Toronto, Canadá (1988).

Em Toronto, pela primeira vez, a proposta de redução das emissões de CO2 recebeu uma meta numérica: um corte de 20% sobre as emissões daquele ano, até 2005. Dali saiu também a decisão de estabelecer um corpo tecnocrático especificamente para conduzir a campanha no meio científico, que viria a ser o IPCC, oficialmente criado no ano seguinte.




"Desenvolvimento sustentado": Malthus de roupa nova

Um importante reforço para a campanha foi a ampla divulgação, em 1987, do relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida pelo nome de sua principal coordenadora, a ex-primeira-ministra norueguesa Gro-Harlem Brundtland. O principal objetivo do documento era a introdução do conceito de "desenvolvimento sustentado", que se tornaria a pedra de toque da ideologia ambientalista. Em sua essência, o conceito não passa de uma nova roupagem para as idéias de crescimento limitado popularizadas pelo Clube de Roma, com uma manifesta inclinação malthusiana. Veja-se, por exemplo, a seguinte passagem: "A cada ano, aumenta o número de seres humanos, mas permanece finita a quantidade de recursos naturais destinados ao sustento dessa população, à melhoria da qualidade de vida e à eliminação da pobreza generalizada."

Outro trecho explicita os pendores em prol da "governança global": "O conceito de soberania nacional foi basicamente alterado pela interdependência nos campos econômico, ambiental e de segurança. Os bens comuns a todos não podem ser geridos a partir de um centro nacional; o Estado-nação não basta quando se trata de lidar com ameaças a ecossistemas que pertencem a mais de um país. Só é possível lidar com ameaças à segurança ambiental através de administração conjunta e de processos e mecanismos multilaterais."

Quanto aos problemas atmosféricos, o relatório afirma que "muito provavelmente, as ameaças do aquecimento global e da acidificação do meio ambiente descartam até mesmo uma duplicação do uso de energia baseado nas atuais combinações de fontes primárias. Portanto, qualquer nova era de crescimento econômico deverá ser menos intensiva em energia do que o crescimento no passado".

Para lidar com tais ameaças, a Comissão Brundtland recomendou a criação de uma agência ambiental global com poderes supranacionais, além de alertar para as possibilidades de futuros conflitos causados por disputas por recursos naturais ou contenciosos ambientais. Soa familiar?




Interregno: o "buraco" na camada de ozônio

Em paralelo com a campanha "aquecimentista", as hostes ambientalistas se empenhavam para transformar outro fenômeno natural em uma emergência global, atribuindo as variações das concentrações de ozônio na estratosfera à ação de produtos químicos como os clorofluorcarbonos (CFCs), halons, brometo de metila e outros, utilizados em dúzias de aplicações (elementos refrigerantes, propelentes de aerossóis, pesticidas etc.). Em um roteiro que se pretende replicar no caso das variações de temperatura, discussões que não deveriam extravasar do meio científico acabaram, por força do bem articulado lobby ambientalista, ganhando foros de problema planetário e se transformando em objeto de uma legislação de âmbito internacional e restritiva da fabricação e uso daqueles produtos.

A progressão foi extremamente rápida. As primeiras teorias sobre os supostos impactos humanos na camada de ozônio surgiram juntamente com o início da escalada ambientalista, na primeira metade da década de 1970. Os suspeitos iniciais foram as emissões de óxidos de nitrogênio provenientes das turbinas de jatos supersônicos de passageiros de vôo estratosférico, como o Concorde franco-britânico e o SST estadunidense (que nunca chegou a ser construído). Mas, logo, as acusações se transferiram para os CFCs e outros de compostos de cloro. Segundo a teoria, tais produtos, ao serem descartados, subiriam até a estratosfera (mesmo sendo três a quatro vezes mais densos que o ar e, em geral, descartados em ambientes fechados e não-turbulentos) e, ali, sob a ação das intensas radiações ultravioleta, teriam as suas moléculas dissociadas, libertando os mortais átomos de cloro, que, por sua vez, se combinariam com as moléculas de ozônio (O3) e as dissociariam. Em conseqüência da destruição do ozônio, haveria um aumento da intensidade da radiação ultravioleta na superfície terrestre, aumentando a incidência de cânceres de pele e outras enfermidades, tanto no homem como em outros seres vivos.

Com a antecipação peculiar, antes de encerrar a sua gestão no PNUMA, em 1975, Maurice Strong já havia determinado a criação de um grupo de estudos no órgão para lidar com a nova ameaça. Em 1985, a notícia de que um "buraco" na camada de ozônio havia sido detectado na Antártica causou furor mundial e acelerou os trabalhos para o estabelecimento de um acordo internacional para enfrentar o problema (poucos se deram ao trabalho de consultar os registros das pesquisas feitas na região durante o Ano Geofísico Internacional, em 1957-58, quando o fenômeno já havia sido registrado). No mesmo ano, realizou-se a Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio. Dois anos depois, foi estabelecido o Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Desgastam a Camada de Ozônio, que entrou em vigor em 1989, tendo experimentado quatro revisões desde então. Universalmente saudado como o mais bem-sucedido tratado ambiental já estabelecido, o Protocolo de Montreal determina datas-limite para o encerramento dos usos dos compostos de cloro aos quais foi atribuída a pecha de "assassinos do ozônio".

O alcance do acordo pode ser avaliado pelas cândidas declarações do principal negociador estadunidense do Protocolo de Montreal, o diplomata Richard Benedick, em seu livro Ozone Diplomacy: New Directions in Safeguarding the Planet (Diplomacia do ozônio: novas direções na salvaguarda do planeta), publicado em 1991:

"O Protocolo de Montreal... determinou significativas reduções no uso de vários produtos químicos extremamente úteis... Pela sua ação, os países signatários assinaram a sentença de morte para uma importante parte da indústria química internacional, com implicações de bilhões de dólares em investimentos e centenas de milhares de empregos em setores correlatos. O protocolo, simplesmente, não prescreveu limites para esses produtos com base na 'melhor tecnologia disponível', que teria sido a maneira tradicional de reconciliar objetivos ambientais com os interesses econômicos. Em vez disto, os negociadores estabeleceram datas-limite para a substituição de produtos que haviam se tornado sinônimos de padrões de vida modernos, ainda que as tecnologias requisitadas ainda não existissem."

Ademais, ele admite:

"Na época das negociações e da assinatura, não existia nenhuma evidência de problemas mensuráveis. Assim, ao contrário de acordos ambientais do passado, o tratado não foi uma resposta a acontecimentos ou eventos prejudiciais, mas uma ação preventiva em escala global."

É significativo que, antes de ser destacado para as negociações do Protocolo de Montreal, Benedick chefiava o Gabinete de População do Departamento de Estado, onde defendia a aplicação de draconianas políticas de controle demográfico nos países subdesenvolvidos.

Os principais fabricantes de CFCs e similares, na América do Norte, Europa e Japão (cujas patentes estavam no fim), não foram afetados pelas restrições aos seus produtos, pois, prontamente, apresentaram uma nova família de substitutos, os hidrofluorcarbonos (HFCs). O problema, pelo menos para os usuários, é que tais produtos não só custavam 20-30 vezes mais que os CFCs, como também obrigariam a uma total substituição dos equipamentos existentes, pois eram incompatíveis com os compressores dos refrigeradores em uso. Além disso, ironicamente, os HFCs foram logo apontados como poderosos gases de efeito estufa, 10 mil vezes mais eficientes que o CO2, o que ensejou um adendo ao Protocolo de Montreal, determinando que deixem de ser usados até 2030 (e, possivelmente, substituídos por novos produtos ainda mais caros).

Por outro lado, o banimento dos CFCs nos países industrializados motivou o surgimento de um ativo comércio ilegal oriundo dos fabricantes sediados nos países em desenvolvimento, que receberam um prazo maior para a adaptação das suas indústrias (além de recursos de um fundo de compensação estabelecido pelo protocolo). Nos EUA, a estrutura policial criada para reprimir esse contrabando se tornou inferior apenas à estabelecida para o combate ao narcotráfico, o que denota as conseqüências do irracionalismo ambientalista, conseguindo a façanha de transformar uma das substâncias mais úteis e versáteis já inventadas em objeto de repressão policial.

E quanto ao "buraco" na camada de ozônio? Na verdade, assim como ocorre com a maioria dos fenômenos atmosféricos, as concentrações de ozônio na estratosfera são extremamente variáveis e dependentes de fatores totalmente alheios às ações humanas ? no caso, intensidade das radiações solares e cósmicas, latitude, estação do ano, erupções vulcânicas etc. O mal denominado "buraco" não passa de uma rarefação das concentrações do gás abaixo de um certo nível, fenômeno que já era registrado na região subártica da Noruega desde a década de 1920, antes mesmo de os CFCs, halons e congêneres serem inventados. Na Antártica, quando tais variações extremas foram constatadas, durante o Ano Geofísico Internacional, os CFCs apenas começavam a entrar em uso comercial (os halons, usados em extintores de incêndio, só foram inventados na década seguinte).

Não obstante, como já advertia Margaret Mead, em 1975, e corroborado por Richard Benedick, "decisões políticas de tremendo alcance serão tomadas" - independentemente dos seus fundamentos científicos.

Como uma espécie de coroamento da campanha do ozônio, o Prêmio Nobel de Química de 1995 foi conferido ao estadunidense F. Sherwood Rowland, seu pupilo mexicano-estadunidense Mario Molina e o holandês Paul Crutzen, autores da teoria que serviu de pretexto para a investida contra os compostos de cloro. Mais tarde, o versátil Molina viria a ser um dos redatores do "Resumo" de 2007 do IPCC. Seu mentor Rowland, por sua vez, juntamente com outros 40 cientistas (?) e ativistas ambientais de 20 países, foi signatário de um dos mais delirantes manifestos ambientalistas já produzidos, a Declaração de Morelia (1991), que afirma em um de seus trechos: "Se a metade final do século XX ficou marcada por movimentos de libertação humana, a década final do segundo milênio será caracterizada por movimentos de libertação entre espécies, de modo que algum dia possamos atingir uma igualdade genuína entre todas as coisas vivas."

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Análise do filme "The Soviet Story" por Olavo de Carvalho

OLAVO DE CARVALHO
Diário do Comércio, 11 de dezembro de 2008




"...A mentalidade revolucionária não é um conjunto de crenças, é um sistema de incapacidades adquiridas, que começam com um escotoma intelectual e culminam numa insensibilidade moral criminosa. É uma doença mental no sentido mais estrito e clínico do termo, correspondente àquilo que o psiquiatra Paul Sérieux (http://web2.bium.univ-paris5.fr/livanc/?cote=61092&p=1&do=page) descrevia como delírio de interpretação..."




"Stalin estava nadando em sangue! Eu vi as penas de morte, que ele assinou em pacotes!"
Mikhail Gorbachev




Se você acha que comunistas, socialistas e marxistas acadêmicos são pessoas normais e respeitáveis, com as quais é possível um "diálogo democrático", por favor vá ao site http://www.sovietstory.com/about-the-film e veja o filme The Soviet Story, que o cientista político Edvins Snore escreveu e dirigiu baseado em documentos recém-desencavados dos arquivos soviéticos. Eis algumas coisinhas que você pode aprender com ele:


1. Toda a tecnologia genocida dos campos de concentração foi inventada pelos soviéticos. Os nazistas enviaram comissões a Moscou para estudá-la e copiar o modelo.


2. O governo da URSS assinou com os nazistas um tratado para o extermínio dos judeus e cumpriu sua parte no acordo, entre outras coisas enviando de volta à Gestapo os judeus que, iludidos pelas promessas do paraíso comunista, buscavam asilo no território soviético.


3. A ajuda soviética à máquina de guerra nazista foi muito maior do que se imaginava até agora. O nazismo jamais teria crescido às proporções de uma ameaça internacional sem as armas, a assistência técnica, os alimentos e o dinheiro que a URSS enviou a Hitler desde muito antes do Pacto Ribbentrop-Molotov de 1939.


4. Altos funcionários do governo soviético defendiam – e os remanescentes defendem ainda – a tese de que fortalecer o nazismo foi uma medida justa e necessária adotada por Stálin para combater o "fascismo judeu" (sic).


5. Nada disso foi um desvio acidental de idéias inocentes, mas a aplicação exata e rigorosa das doutrinas de Marx e Lenin que advogavam o genocídio como prática indispensável à vitória do socialismo.

Todo militante ou simpatizante comunista é cúmplice moral de genocídio, tem as mãos tão sujas quanto as de qualquer nazista, deve ser denunciado em público e excluído da convivência com pessoas decentes. A alegação de ignorância, com que ainda podem tentar se eximir de culpas, é tão aceitável da parte deles quanto o foi da parte dos réus de Nuremberg. É uma vergonha para a humanidade inteira que crimes desse porte não tenham jamais sido julgados, que seus perpetradores continuem posando no cenário internacional como honrados defensores dos direitos humanos, que partidos comunistas continuem atuando livremente, que as idéias marxistas continuem sendo ensinadas como tesouros do pensamento mundial e não como as aberrações psicóticas que indiscutivelmente são. É uma vergonha que intelectuais, empresários e políticos liberais, conservadores, protestantes, católicos e judeus vivam aos afagos com essa gente, às vezes até rebaixando-se ao ponto de fazer contribuições em dinheiro para suas organizações.

Seguem abaixo algumas considerações sobre esse fenômeno deprimente. A convenção vigente nas nações democráticas trata os porta-vozes das várias posições políticas como se fossem pessoas igualmente dignas e capacitadas, separadas tão-somente pelo conteúdo das suas respectivas convicções e propostas. Confiantes nessa norma de polidez e aceitando-a como tradução da realidade, os conservadores, liberais clássicos, social-democratas e similares caem no erro medonho de tentar um confronto com os revolucionários no campo do diálogo racional.

Todos os seus esforços persuasivos dirigem-se, então, no sentido de tentar modificar o "conteúdo" das crenças do interlocutor, mostrando-lhe, por exemplo, que o capitalismo é mais eficiente do que o socialismo, que a economia de mercado é indispensável à manutenção das liberdades individuais, ou mesmo entrando com eles em discussões morais e teológicas mais complexas. Tudo isso não apenas é uma formidável perda de tempo, mas é mesmo um empreendimento perigoso, que coloca o defensor da democracia numa posição extremamente fragilizada e vulnerável. A discussão democrática racional não somente é inviável com indivíduos afetados de mentalidade revolucionária, mas expõe o democrata a uma luta desigual, desonesta, impossível de vencer. O debate com a mentalidade revolucionária é o equivalente retórico da guerra assimétrica.

Trinta anos de estudos sobre a mentalidade revolucionária convenceram-me de que ela não é a adesão a este ou àquele corpo de convicções e propostas concretas, mas a aquisição de certos cacoetes lógico-formais incapacitantes que acabam por tornar impossível, para o indivíduo deles afetado, a percepção de certos setores básicos da experiência humana. A mentalidade revolucionária não é um conjunto de crenças, é um sistema de incapacidades adquiridas, que começam com um escotoma intelectual e culminam numa insensibilidade moral criminosa. É uma doença mental no sentido mais estrito e clínico do termo, correspondente àquilo que o psiquiatra Paul Sérieux (http://web2.bium.univ-paris5.fr/livanc/?cote=61092&p=1&do=page) descrevia como delírio de interpretação (Cavaleiro do Templo: este autor foi devidamente "desaparecido" da academia, no Brasil o livro sequer foi traduzido para o português e, portanto, nossos doutores "psi" qualquer coisa (psicólogos, psiquiatras, etc) não sabem que existe tal doença, não podendo portanto identificá-la, o que facilitaria imensamente a exposição destes celerados que estão no poder no Ocidente).

Numa discussão com o homem normal, o revolucionário está protegido pela sua própria incapacidade de compreendê-lo. Os antigos retóricos consideravam que o gênero mais difícil de discurso, chamado por isso mesmo genus admirabile, é aquele que se dirige ao interlocutor incapaz. Os melhores argumentos só podem funcionar ante a platéia que os compreenda; eles não têm o dom mágico de infundir capacidade no auditório, nem de curá-lo de um handicap adquirido.

Os sintomas mais graves e constantes da mentalidade revolucionária são, como já expliquei, a inversão do sentido do tempo (o futuro hipotético tomado como garantia da realidade presente), a inversão de sujeito e objeto (camuflar o agente, atribuindo a ação a quem a padece) e a inversão da responsabilidade moral (vivenciar os crimes e crueldades do movimento revolucionário como expressões máximas da virtude e da santidade). Esses traços permanecem constantes na mentalidade revolucionária ao longo de todas as mutações do conteúdo político do seu discurso, e é claro que qualquer alma humana na qual eles tenham se instalado como condutas cognitivas permanentes está gravemente enferma.

Tratá-la como se estivesse normal, admitindo a legitimidade da sua atitude e rejeitando tão-somente este ou aquele conteúdo das suas idéias, é conformar-se em representar um papel numa farsa psicótica da qual os dados da realidade estão excluídos a priori, já não constituindo uma autoridade a que se possa apelar no curso do debate.

Revolucionários são doentes mentais. Os exemplos de sua incapacidade para lidar com a realidade como pessoas maduras e normais são tantos e tão gigantescos que seu mostruário não tem mais fim. Cito um dentre milhares. O sentimento de estar constantemente exposto à violência e à perseguição por parte da "direita" é um dos elementos mais fortes que compõem a auto-imagem e o senso de unidade da militância esquerdista. No entanto, se somarmos todos os ataques sofridos pelos esquerdistas desde a "direita", eles são em número irrisório comparados aos que os esquerdistas sofreram dos regimes e governos que eles próprios criaram. Ninguém no mundo perseguiu, prendeu, torturou e matou tantos comunistas quanto Lenin, Stálin, Mao Tsé Tung, Pol Pot e Fidel Castro. A militância esquerdista sente-se permanentemente cercada de perigos, e nunca, nunca percebe que eles vêm dela própria e não de seus supostos "inimigos de classe". Esse traço é tão evidentemente paranóico que só ele, isolado, já bastaria para mostrar a inviabilidade do debate racional com essas pessoas.

O que separa o democrata do revolucionário não são crenças políticas. É um abismo intransponível, como aquele que isola num mundo à parte o psicótico clinicamente diagnosticado. O que pode nos manter na ilusão de que essas pessoas são normais é aquilo que assinalava o Dr. Paul Serieux: ao contrário dos demais quadros psicóticos, o delírio de interpretação não inclui distúrbios sensoriais. O revolucionário não vê coisas. Ao contrário, sua imaginação é empobrecida e amputada da realidade por um conjunto de esquemas ideais defensivos.

A mentalidade revolucionária é uma incapacidade adquirida, é uma privação de autoconsciência e de percepção. Por isso mesmo, é inútil discutir o "conteúdo" das idéias revolucionárias. Elas estão erradas na própria base perceptiva que as origina. Discutir com esse tipo de doente é reforçar a ilusão psicótica de que ele é normal. Uma doença mental não pode ser curada por um "ataque lógico" aos delírios que a manifestam. Se o debate político nas democracias sempre acaba mais cedo ou mais tarde favorecendo as correntes revolucionárias é porque estas estão imunizadas por uma incapacidade estrutural de perceber a realidade e entram no ringue com a força inexorável de uma paixão cega. E não se pode confundir nem mesmo este fenômeno com o do simples fanatismo. Fanatismo é apenas apego exagerado a idéias que em si mesmas podem ser bastante razoáveis. Em geral, mesmo o mais louco dos revolucionários não é um fanático. É um sujeito que expressa com total serenidade os sintomas da sua deformidade, dando a impressão de normalidade e equilíbrio justamente quando está mais possuído pelo delírio psicótico.

Na peça de Pirandello, Henrique IV, um milionário louco se convence de que é o rei Henrique IV e força todos os seus empregados a vestir-se como membros da corte. No fim eles já não têm mais certeza de que são eles mesmos ou membros da corte de Henrique IV. É este o perigo a que os democratas se expõem quando aceitam discutir respeitosamente as idéias do revolucionário, em vez de denunciar a farsa estrutural da própria situação de debate. A loucura espalha-se como um vírus de computador. A maioria dos democratas que conheço é inteiramente indefesa em face da prepotência psicológica do discurso revolucionário. Daí a hesitação, a pusilanimidade, a debilidade crônica de suas respostas ao desafio revolucionário. Uma doença mental não pode ser "respeitada", aliás nem "desrespeitada". O respeito ou o desrespeito supõem um fundo de convivência normal, que justamente o delírio revolucionário torna impossível.

Ronald Reagan e a questão da Religião na vida política de uma nação


Esse discurso é uma boa referência para entendermos como a América e o mundo mudaram em tão pouco tempo. Com Obama no poder, o último bastião de democracia e liberdade se foram.


[AUTHENTICITY CERTIFIED: Text version below transcribed directly from audio]

Thank you very much. Thank you, ladies and gentlemen very much. And, Martha Weisend, thank you very much. And, I could say that if the morning ended with the music we have just heard from that magnificent choir, it would indeed be a holy day for all of us.

It's wonderful to be here this morning. The past few days have been busy for all of us, but I wanted to be with you today to share some of my own thoughts.

These past few weeks it seems that we've all been hearing a lot of talk about religion and its role in politics, religion and its place in the political life of the nation. And I think it's appropriate today, at a prayer breakfast for 17,000 citizens in the State of Texas during a great political convention, that this issue be addressed.

I -- I don't speak as a theologian or a scholar, only as one who's lived a little more than his threescore ten -- which has -- which has been a source of annoyance to some -- and as one who has been active in the political life of the nation for roughly four decades and now who's served the past three-and-a-half years in our highest office. I speak, I think I can say, as one who has seen much, who has loved his country, and who's seen it change in many ways.

I believe that faith and religion play a critical role in the political life of our nation, and always have, and that the Church -- and by that I mean all churches, all denominations -- has had a strong influence on the state, and this has worked to our benefit as a nation.

Those -- Those who created our country -- the Founding Fathers and Mothers -- understood that there is a divine order which transcends the human order. They saw the state, in fact, as a form of moral order and felt that the bedrock of moral order is religion.

The Mayflower Compact began with the words, "In the name of God, Amen." The Declaration of Independence appeals to "`Nature's God"' and the "Creator'" and "the Supreme Judge of the world." Congress was given a chaplain, and the oaths of office are oaths before God.

James Madison in the Federalist Papers admitted that in the creation of our Republic he perceived the hand of the Almighty. John Jay, the first Chief Justice of the Supreme Court, warned that we must never forget the God from whom our blessings flowed.

George Washington referred to religion's profound and unsurpassed place in the heart of our nation quite directly in his Farewell Address in 1796. Seven years earlier, France had erected a government that was intended to be purely secular. This new government would be grounded on reason rather than the law of God. By 1796 the French Revolution had known the Reign of Terror.

And Washington voiced reservations about the idea that there could be a wise policy without a firm moral and religious foundation. He said, "Of all the dispositions and habits which lead to political prosperity, religion and morality are indispensable supports. In vain would that man (call himself a patriot) who (would) labor to subvert these...finest props of the duties of men and citizens. The mere politician...(and) the pious man ought to respect and to cherish (religion and morality).'' And he added," let us with caution indulge the supposition, that morality can be maintained without religion." I believe that George Washington knew the City of Man cannot survive without the City of God, that the -- that the Visible City will perish without the Invisible City.

Religion played not only a strong role in our national life, it played a positive role. The abolitionist movement was at heart a moral and religious movement; so was the modern civil rights struggle. And throughout this time, the state was tolerant of religious belief, expression, and practice. Society, too, was tolerant.

But in the 1960's this began to change. We began to make great steps toward secularizing our nation and removing religion from its honored place. In 1962 the Supreme Court, in the New York prayer case, banned the compulsory saying of prayers. In 1963 the Court banned the reading of the Bible in our public schools. From that point on, the courts pushed the meaning of the ruling ever outward, so that now our children are not allowed voluntary prayer. We even had to pass a law -- we passed a special law in the Congress just a few weeks ago to allow student prayer groups the same access to schoolrooms after classes that a young Marxist society, for example, would already enjoy with no opposition.

The 1962 decision opened the way to a flood of similar suits. Once religion had been made vulnerable, a series of assaults were made in one court after another, on one issue after another. Cases were started to argue against tax-exempt status for churches. Suits were brought to abolish the words "under God" from the Pledge of Allegiance and to remove "In God We Trust" from public documents and from our currency.

Today, there are those who are fighting to make sure voluntary prayer is not returned to the classrooms. And the frustrating thing for the great majority of Americans who support and understand the special importance of religion in the national life -- the frustrating thing is that those who are attacking religion claim they are doing it in the name of tolerance, freedom, and open-mindedness. Question: Isn't the real truth that they are intolerant of religion? They refuse to tolerate its importance in our lives.

If all the children of our country studied together all of the many religions in our country, wouldn't they learn greater tolerance of each other's beliefs? If children prayed together, would they not understand what they have in common? And would this not, indeed, bring them closer? And is this not to be desired? So, I submit to you that those who claim to be fighting for tolerance on this issue may not be tolerant at all.

When John Kennedy was running for President in 1960, he said that his church would not dictate his Presidency any more than he would speak for his church. Just so, and proper. But John Kennedy was speaking in an America in which the role of religion -- and by that I mean the role of all churches -- was secure. Abortion was not a political issue. Prayer was not a political issue. The right of church schools to operate was not a political issue. And it was broadly acknowledged that religious leaders had a right and a duty to speak out on the issues of the day. They held a place of respect, and a politician who spoke to or of them with a lack of respect would not long survive in the political arena. It was acknowledged then that religion held a special place, occupied a special territory in the hearts of the citizenry. The climate has changed greatly since then. And since it has, it logically follows that religion needs defenders against those who care only for the interests of the State.

There are, these days, many questions on which religious leaders are obliged to offer their moral and theological guidance, and such guidance is a good and necessary thing. To know how a church and its members feel on a public issue expands the parameters of debate. It does not narrow the debate; it expands it.

The truth is, politics and morality are inseparable. And -- And as morality's foundation is religion, religion and politics are necessarily related. We need religion as a guide. We need it because we are imperfect, and our government needs the Church, because only those humble enough to admit they're sinners can bring to democracy the tolerance it requires in order to survive.

A state is nothing more than a reflection of its citizens: The more decent the citizens, the more decent the state. If you practice a religion, whether you're Catholic, Protestant, Jewish, or guided by some other faith, then your private life will be influenced by a sense of moral obligation, and so, too, will your public life. One affects the other. The churches of America do not exist by the grace of the State; the churches of America are not mere citizens of the State. The churches of America exist apart; they have their own vantage point, their own authority. Religion is its own realm; it makes its own claims.

We establish no religion in this country, nor will we ever. We command no worship. We mandate no belief. But we poison our society when we remove its theological underpinnings. We court corruption when we leave it bereft of belief. All are free to believe or not to believe; all are free to practice a faith or not. But those who believe must be free to speak of and act on their belief, to apply moral teaching to public questions.

I submit to you that the tolerant society is open to and encouraging of all religions. And this does not weaken us; it strengthens us; it makes us strong. You know, if we look back through history to all those great civilizations, those great nations that rose up to even world dominance and then deteriorated, declined, and fell, we find they all had one thing in common. One of the significant forerunners of their fall was their turning away from their God or gods.

Without God, there is no virtue, because there's no prompting of the conscience. Without God, we're mired in the material, that flat world that tells us only what the senses perceive. Without God, there is a coarsening of the society. And without God, democracy will not and cannot long endure. If we ever forget that we're one nation under God, then we will be a nation gone under.

I-- If I -- If I could just make a personal statement of my own: In these three-and-a-half years I have understood and known better than ever before the words of Lincoln, when he said that he would be the greatest fool on this footstool called Earth if he ever thought that for one moment he could perform the duties of that Office without help from One who is stronger than all.

I thank you, thank you for inviting us here today. Thank you for your kindness and your patience. May God keep you, and we -- may we, all of us, keep God.

Thank you.


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Book/CDs by Michael E. Eidenmuller, Published by McGraw-Hill (2008)

Audio and Image Source: Ronald Reagan Presidential Library and Museum

Audio Note: AR-XE = American Rhetoric Extreme Enhancement

Copyright Status: Text, Audio, Image = Property of AmericanRhetoric.com.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Manifesto Público
Nós, brasileiros(as) que formamos com nossos familiares a colônia brasileira de San Pedro Sula, Honduras à comunidade nacional e internacional, fazemos saber que:
1) Lamentamos e nos envergonha profundamente a atitude do nosso ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, e do governo do nosso país, ao permitir a presença do Sr. Manuel Zelaya, na sede da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
2) Repudiamos veementemente as ações do Itamaraty que marcaram um retrocesso nas relações diplomáticas entre o Brasil e este digno povo hondurenho e seu governo atual.
3) Protestamos por todas as ações pouco diplomáticas que estão causando, não só que o Brasil fique impedido de cumprir a sua liderança na resolução pacífica do conflito interno hondurenho, mas também põe em risco direto a representação diplomática, a nós brasileiros residentes em Honduras, aos funcionários da embaixada, aos vizinhos da embaixada e aos cidadãos de outros países que realizam gestões de procedimentos comuns nessa sede, porque armaram um escudo humano em torno da figura do Sr. Zelaya, que infelizmente foi "hospedado” pelo Itamaraty em nossa embaixada em Tegucigalpa.
4) Nós condenamos o fato de o Itamaraty e o nosso governo não terem levado em conta o nosso bem-estar, o de nossas famílias e dos nossos bens e empresas, ao tomar esta decisão sem precedentes na política externa brasileira.
5) Instamos o nosso governo a tomar as medidas corretivas necessárias, no tempo mais breve possível, para que o Sr. Zelaya não continue usando nossa embaixada para atos de sedição e de incitamento à revolta.
6) Pedimos aos três poderes do Estado brasileiro a tomar medidas adequadas para que o governo mantenha conversações com as autoridades hondurenhas para uma rápida resolução desta situação, mas respeitando a Constituição de Honduras, as leis hondurenhas e as do direito internacional, e sobretudo respeitando o princípio universal da autodeterminação e da não intervenção.
7) Nós convidamos as outras colônias de residentes neste belo país de Honduras para manifestar a seus respectivos governos, devido que é nossa opinião que outros Estados também estão violando os mais elementares princípios de neutralidade, não ingerência e cooperação para a resolução de conflitos internos desta nação nobre de Honduras, que só quer desenvolver-se em PAZ, ORDEM E PROGRESSO.
Elair Schenkel de López
Presidente de la Colonia Brasileira de San Pedro Sula, Honduras

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Radical Livre
"O Oxigênio, tão necessário para a vida humana, vira agente do mal e estraga as nossas células. A respiração pode formar radicais livres, destruidores de células de que o corpo precisa."
Introdução - Respiração Celular
A atividade celular requer energia. Esta energia provém de certos alimentos que a célula obtém, como é o caso dos açúcares. A "queima" celular de açúcares em presença de oxigênio é chamada de respiração celular aeróbia. Este processo é realizado pela maioria dos seres vivos, animais ou vegetais, e fornece à célula a energia necessária às suas atividades. Esta energia é proveniente da "desmontagem" da glicose, que pode ser, simplificadamente, resumida na quebra gradativa das ligações entre carbonos, saindo o CO2; e remoção dos hidrogênios da glicose, em vários momentos do processo; e por fim sua oxidação na cadeia respiratória, com liberação de energia. Nessa cadeia respiratória, 98% do O2 é reduzido a água. Às vezes porém, a mitocôndria deixa escapar um elétron solitário, que é logo roubado pelo oxigênio (os 2% restantes de oxigênio). Com um elétron a mais, o oxigênio escapa - ele agora é o radical superóxido (O2 com um elétron extra). Mas logo encontra uma enzima protetora, a superóxido dismutase, que lhe doa um de seus elétrons. Com dois elétrons a mais reagindo com o hidrogênio, a molécula se transforma na inofensiva água oxigenada, que normalmente vira água ao encontrar certas enzimas (Catalase peroxidase) e vitaminas do complexo B.
Definição - Quem são os Radicais Livres
Denomina-se radical livre toda molécula que possui um elétron ímpar em sua órbita externa, fora de seu nível orbital, gravitando em sentido oposto aos outros elétrons. Este elétron livre favorece a recepção de outras moléculas, o que torna os radicais livres extremamente reativos, inclusive com moléculas orgânicas. Os radicais livres têm vida média de milésimos de segundo, mas eventualmente podem tornar-se estáveis, produzindo reações biológicas lesivas. O Oxigênio molecular (O2) é um birradical de 16 elétrons que, embora apresentem um elétron não-emparelhado na última camada de cada átomo, é estável porque este elétron gravita na mesma direção, impedindo o O2 de agir como radical livre. Esta condição lhe confere características de potente oxidante, ou seja, receptor de elétrons de outras moléculas. Se ocorrer a entrada de energia, os elétrons não emparelhados tomam direções opostas, formando então uma molécula extremamente reativa chamada de radical livre de oxigênio (superóxido, peróxido de hidrogênio). A água oxigenada (peróxido de hidrogênio) diferentemente dos outros radicais, tem um número par de elétrons, podendo "navegar" por células e, assim, aumentando o risco de "trombar" com um átomo de Ferro. Ao se combinar com o Ferro, a água oxigenada ganha mais um elétron, formando o terceiro e mais terrível dos radicais: a hidroxila, que reage instantaneamente com moléculas da célula.
Mas são bonzinhos - Funções normais dos radicais livres
Os radicais livres, por atacarem as moléculas, podem ser úteis a alguns organismos. Quando algo estranho consegue entrar no organismo - por exemplo, um vírus, uma bactéria ou uma partícula de pó -, logo soa um alarme químico para as células do sistema imunológico. Os primeiros a chegar ao local são os neutrófilos, capazes literalmente de fazer picadinho do invasor; em seguida, vêm os macrófagos, que engolem e trituram o agente estranho. Essa estratégia de defesa só é possível porque o organismo aprendeu a aproveitar o potencial destruidor dos radicais livres. O macrófago, por exemplo, envolve uma bactéria para bombardeá-la com superóxidos por todos os lados; os neutrófilos também liberam grandes doses desses radicais através de suas membranas, para arrasar o invasor.
Os vilões atacam - Reações prejudiciais dos radicais livres
Os radicais são capazes de reagir com o chamado lipídio de baixa densidade, ou o mau colesterol, que circula no sangue. Essa gordura alterada pelo oxigênio chama a atenção das células imunológicas, os macrófagos, que fazem um serviço de limpeza no organismo, engolindo uma molécula de colesterol atrás da outra. Essas células, contudo, são convocadas para recuperar eventuais machucados na parede dos vasos e, chegando ali, muitas vezes estouram, de tão gorduchas, espalhando o conteúdo oxidado pela lesão. Isso atrai mais macrófagos para o lugar, criando aos poucos um monte de colesterol depositado, que pode impedir o livre trânsito do sangue (aterosclerose). As membranas celulares são constituídas, principalmente, de lipoproteínas. Estes lipídios da membrana celular, após sucessivos ataques de radicais livres, se enrijecem, surgindo "trincas" na membrana celular. Desse modo, a célula perde o controle da entrada de substâncias tóxicas e da saída de substâncias que necessita. A célula acaba morrendo. Este processo pode explicar o envelhecimento, afinal, quanto mais idade uma pessoa tem, mais radicais livres são encontrados em seu organismo. Em casos de hipoxia, a célula também morre. Em casos de hipoxia temporária, as organelas celulares continuam trabalhando e depositando seus resíduos no citoplasma. Na volta do oxigênio à célula, os resíduos reagem com esse oxigênio, formando radicais livres em excesso e estes, acelerando a morte celular. A doença de Alzheimer, que causa degeneração das células do cérebro (neurônios), gerando demência, pode ter grande contribuição dos radicais livres. Nos cérebros afetados por esta doença são formadas placas, porém ninguém sabia explicar como essas placas provocavam a degeneração e morte dos neurônios. Agora os cientistas descobriram que o principal componente das placas - a proteína beta-amilóide - é capaz de se fragmentar espontaneamente. Os organismos, cautelosos, guardam microscópicos grãos do metal Ferro em algumas proteínas, esses metais só serão liberados em casos especiais. Observa-se, no entanto, que a proteína libera os grãos de Ferro quando se fragmentam. Quando as proteínas beta-amilóides são fragmentadas liberam grãos de Ferro, que ao se encontrarem com água oxigenada formam os radicais livres (hidroxilas). Assim, os radicais produzidos pelas placas podem "corroer" (oxidar) os neurônios e matá-los. A água oxigenada pode encontrar, dentro do núcleo celular, a molécula de Ferro presente nos cromossomos formando mais radicais livres. Estes radicais podem atacar o material genético humano, modificando os sítios das bases nitrogenadas do DNA, fazendo com que a produção de proteínas seja modificada ou interrompida em certos pontos dos cromossomos. Sem os dados perdidos por esse ataque ao material genético, a célula inicia uma multiplicação sem freios, característica do câncer.
Algumas enzimas que sofrem modificações graças ao ataque dos radicais (ou na produção das mesmas ou nos seus sítios ativos) podem ficar inutilizadas ou atacar substâncias erradas, provocando entre outras doenças, a doença auto-imune. A cegueira pode, também, ser causada por radicais livres. Uma doença chamada AMD (da sigla em inglês de degeneração da mácula associada à idade) afeta a mácula (região que envolve a retina). A mácula é rica em gorduras poliinsaturadas, que, como já vimos, é oxidada por radicais livres. Assim forma-se uma barreira que envolve a retina, provocando a cegueira. Nos derrames cerebrais, os radicais livres podem piorar a situação da vítima. Quando há rompimento dos vasos sangüíneos cerebrais, as células atingidas pelo sangramento são mais suscetíveis à ação dos radicais livres (já que a hemoglobina liberada contém Ferro), que causando a morte celular, fazem com que a vítima não retenha um maior controle dos movimentos. Os diabéticos mostram elevados níveis de radicais livres, que atuam nas degenerações e dificuldades de microcirculação periférica e oftálmica. Podemos observar a ação de radicais livres a olho nu. Quando usamos água oxigenada nos cabelos, a água oxigenada encontra o Ferro e juntos formam o radical hidroxila. O radical ataca e destrói os pigmentos do cabelo.
Quem nos protege deles - Como se prevenir dos radicais livres
Para vencer o desafio dos radicais livres, os seres aeróbios desenvolveram uma bateria de mecanismos de proteção conhecidos como defesas antioxidantes. Como vimos anteriormente, o radical superóxido deverá encontrar uma enzima para transformá-lo em peróxido de hidrogênio. Esta enzima que forma a água oxigenada é a superóxido dismutase, proteína formada pelo organismo. O organismo também produz a catalase e a peroxidase que transformam o peróxido de hidrogênio em água. Com essas substâncias o organismo seria capaz de vencer os radicais livres, porém, com o aumento da expectativa de vida do ser humano, o organismo perde a capacidade de defesa, já que graças a fatores exógenos (externos) que seguem o progresso humano, o poder dos radicais livres aumentou significativamente. Como fatores que dão maior poder aos radicais livres, podemos citar o tabagismo, a poluição do ar, remédios (que tenham alguns oxidantes), radiações ionizantes e solares, maior consumo de gorduras, choques térmicos. Assim o organismo não tem como se livrar dos radicais livres, porém podemos nos prevenir deles. O melhor método de prevenção é através de alimentação rica em antioxidantes. Certos minerais como o Zinco, Cobre e Selênio agem como antioxidantes, pois saciam a voracidade dos radicais. A vitamina E, lipossolúvel, age diretamente nas membranas da célula, inibindo a reação em cadeia da oxidação das gorduras solúveis. O betacaroteno, um percursor da vitamina A, também é lipossolúvel e atua como inibidor de alguns tipos de radicais livres. A vitamina C é uma doadora de elétrons para os radicais livres. Desta forma, uma vez estabilizados, essas moléculas deixam de ser um atentado ao organismo. As três vitaminas ( E, C e Beta-caroteno) devem atuar em conjunto, pois possuem atividades que se complementam. Apesar desse enorme poder das vitaminas, devemos ter certa cautela, já que alguns estudos mostram que vitaminas como a E e o beta-caroteno favorecem o câncer do pulmão em fumantes. Os bioflavonóides, como a ginkgobilina e a rutina, são fitoquímicos (substâncias químicas vegetais) e atuam no equilíbrio e controle de Ferro no organismo, impedindo a formação de radicais hidroxilas. O homem já consegue produzir algumas enzimas importantes contra os radicais livres. Um exemplo é a glutationa, uma enzima com as mesmas propriedades da superóxido dismutase que está sendo testada também no combate à AIDS. Outro processo que vem sendo estudado para o combate aos radicais livres é a Geneterapia. Como sabemos, a superóxido dismutase é produzida no organismo, porém com a gene terapia, podemos inserir um gene que aumentaria a produção desta enzima, fazendo com que o número de radicais diminuíssem no organismo.
O Radical Vaga-lume livre - A ação dos radicais nos vaga-lumes
O brilho dos vaga-lumes pode ter sido uma adaptação evolutiva contra a intoxicação por radicais livres. Essa hipótese está sendo testada pela equipe do bioquímico Etelvino Bechara, do Instituto de Química da USP. Nos vaga-lumes, a luz é produzida em células especiais - chamadas fotocitos - em uma reação química que consome oxigênio. Testando a hipótese de que a emissão de luz, a bioluminescência, tenha surgido ao longo do processo evolutivo para minimizar os efeitos tóxicos do oxigênio, os radicais livres, Bachara faz uma série de testes. No vaga-lume, a luz é produzida em uma reação química do oxigênio com uma substância chamada luciferina e a reação é controlada por uma enzima - a luciferase. A luciferase catalisa uma reação que usa oxigênio, ela esgota o oxigênio que existe dentro da célula. Esgotando esse oxigênio, supõe-se que o sistema luciferina-luciferase reduza a formação dos radicais livres no vaga-lume, atuando como antioxidante. Em um experimento, vaga-lumes foram expostos a uma atmosfera com 100% de oxigênio e mediu-se a luz emitida. Verificou-se que eles produzem mais luciferase, sugerindo fortemente que a enzima esteja envolvida na desintoxicação contra o oxigênio. Outro experimento está testando se cai a produção da luciferase com pouco oxigênio.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Orando com os avestruzes

Orando com os avestruzes
Olavo de CarvalhoDiário do Comércio, 24 de março de 2009
Muitos daqueles a quem faço alusão, de passagem, como amostras de fenômenos de patologia social e cultural, ficam naturalmente enfezados, esperneiam um pouco pela internet e então saem por aí alardeando que tiveram um “debate” comigo. Como às vezes cito seus nomes para fins de mera documentação, iludem-se pensando que são meus interlocutores, que lhes dei alguma atenção individual, quando na verdade só os mencionei pela tipicidade anônima, pela uniformidade rasa e mecânica com que macaqueiam os cacoetes de seu grupo de referência e assim forjam, para alívio de sua mal disfarçada insegurança juvenil, uma espécie de identidade temporária, com prazo de validade a expirar na próxima troca de amigos.
Trata-se em geral de garotos de vinte e poucos anos, com idade para ser meus netos, mas afeiçoados desde o bercinho à arte genuinamente brasileira de simular autoridade intelectual – às vezes até mesmo eclesiástica – e uma longa experiência da vida.
O pior é que outros, vendo-me gastar tempo com opiniões de indivíduos que lhes parecem insignificantes, exigem que eu pare de fazer isso e me dedique a mais dignos afazeres, como se os grandes erros coletivos, geradores de tragédias mundiais, consistissem apenas em crenças gremiais de uma elite de homens ilustres, e não, justamente, na somatória das ilusões de incontáveis criaturas diminutas e anônimas.
Uma dessas criaturas, indignada de que eu cobrasse dos católicos alguma ação contra o avanço do comunismo no mundo e especialmente na América Latina, despejou na rede, desde o alto do seu púlpito imaginário, as seguintes palavras:
“Quem entende o remédio da crise de fé como uma postura anticomunista realmente desconhece a verdadeira missão da Igreja. Ensinar e pregar o anticomunismo é um ponto meramente terceiro ao lado de outras importâncias. Aquele que vive piedosamente os ensinamentos de Cristo, seguindo com um doce ar filial o Magistério, se aproximando da Eucaristia com devoção e contrição, se torna anticomunista em espírito sem nunca ter ouvido uma crítica direta ao socialismo – enquanto ferrenhos anticomunistas que não entendem a grandeza de Deus e seguem trilhas desconhecidas se aproximam da condenação. Assim a Igreja deve caminhar, sem se reduzir aos problemas do mundo, esquecendo as coisas do alto. Clamar a Verdade é clamar a conversão e a adesão a Cristo e Seus ensinamentos. A condenação ao marxismo, feita pela Igreja, é apenas a conseqüência imediata da vivência da Fé com oração e fidelidade, sem isso, ou seja, sem o caráter místico e transcendental, a Igreja perde o sentido. Por isso que digo que tanto as olavetes quanto os adeptos da Teologia da Libertação erram no mesmo ponto; ambos simplificam aMater Ecclesia, a esvaziam do seu sentido mais profundo.”
Neste mesmo momento, milhares de jovens católicos como esse estão sendo induzidos, por sacerdotes estúpidos ou maliciosos, a contentar-se com “ser anticomunistas em espírito”, na segurança dos seus lares e no doce ambiente da fraternidade cristã, sem arriscar o conforto de suas almas e o bem-estar de seus corpos no enfrentamento real com o inimigo, na agitação sangrenta do mundo.
Para dissuadi-los de tomar qualquer atitude objetiva contra o maior perigo que já ameaçou a Igreja desde fora e desde dentro, esses professores de um pietismo kitsch infundem nas mentes de seus discípulos uma falsa dicotomia entre a vida interior e a guerra santa e, corrompendo-os até à medula, cultivam neles a vaidade demoníaca de sentir-se superiores por abster-se da segunda para dedicar-se à primeira, como se o sangue dos mártires e dos heróis pouco ou nada valesse perto das orações dos monges, e aliás como se não houvesse monges entre os mártires e heróis. Os papas da era das Cruzadas, em contrapartida, prometiam a indulgência plenária àqueles que arriscassem sua vida no campo de batalha, jamais àqueles que fugissem ao combate sob a desculpa de que estavam muito ocupados com sua “vida interior”.
Lembro-me de que na igreja de padres italianos em que me criei na infância, e onde decorei a missa em latim aos oito anos para realizar o sonho de ser coroinha (donde se vê minha total inexperiência da vida católica), havia dois altares votivos, em mármore, permanentemente acesos, com as inscrições: “Ai martiri” e “Agli eroi” (“Aos mártires” e “aos heróis”). Não havia nenhum para as pessoas ocupadas em coisas importantes.
O pior é que o menino que escreveu aquelas palavras desastradas está seguro de jamais ter-me ofendido (muito menos de haver ofendido ao próprio Cristo), e até garante: “Não pretendo ser presunçoso nem soberbo.” Haverá maior presunção e soberba do que, em nome de uma pretensa experiência mística, fazer pouco daqueles que, atendendo ao chamamento de Pio XII, professaram combater o comunismo “com a maior energia, dentro e fora da Igreja” e “até mesmo com o sacrifício de suas próprias vidas”? Haverá maior soberba do que ignorar que esse chamamento, na verdade, não veio de Pio XII, mas da própria Virgem de Fátima? Haverá maior presunção e soberba do que imaginar que a luta contra o inimigo que mais odiou e matou cristãos ao longo de toda a história humana, e que superou nisso infinitamente todas as heresias e todas as invasões de bárbaros, “é um ponto meramente terceiro ao lado de outras importâncias”? Como pode a vida religiosa ter-se prostituído a tal ponto que um fiel católico já não enxerga nada de ofensivo em acreditar que os mais de trinta milhões de mártires e combatentes cristãos sacrificados pela sanha comunista na Rússia, na Polônia, na Hungria, na China, em Cuba e um pouco por toda parte merecem apenas as nossas orações, se tanto, em vez da nossa firme disposição de correr o mesmo risco que eles correram?
Faço a pergunta e já tenho a resposta, que recebi pronta de mentes mais sábias.
O cardeal Pallavicini ensinava que “convocar um concílio geral, exceto quando exigido pela mais absoluta necessidade, é tentar Deus”. Desde a fundação da Igreja até a década de 60 do século findo, realizaram-se vinte concílios. Nenhum deles incorreu nesse pecado. Cada um, segundo enfatizava o cardeal Manning, “foi convocado para extinguir a heresia principal ou para corrigir o mal maior da respectiva época”. O primeiro a desprezar essa exigência, e a desprezá-la não por descuido, não por um lapso, não por negligência, mas por vontade expressa e por firme decisão de seus convocantes, foi o Concílio Vaticano II. Depois de Nossa Senhora de Fátima ter advertido, logo antes da Revolução Russa, que os erros e desvarios vindos de Moscou seriam o flagelo mais cruel que já se abatera sobre a humanidade, depois de vários papas proclamarem da maneira mais inequívoca que o comunismo era não só o maior mal da nossa época mas um perigo praticamente ilimitado, ameaçando, segundo Pio XII, invadir, corromper e destruir “tudo o que é espiritual – filosofia, ciência, lei, educação, as artes, os meios de comunicação, a literatura, o teatro e a religião em geral”, o Concílio Vaticano II comprometeu-se oficialmente, em troca de amabilidades irrelevantes do governo soviético, a não condenar esse mal, a não dizer uma só palavra que fosse contra o comunismo. Podem procurar em todos os documentos oficiais do Concílio: não encontrarão essa palavra.
Bem, se o próprio Concílio tinha mais o que fazer em vez de prestar atenção à advertência de Nossa Senhora e combater o maior dos males presentes, por que haveria um jovem católico brasileiro de perceber o quanto é ofensivo e presunçoso achar que sua suposta “vida mística” vale mais do que tentar parar a matança de cristãos (e aliás também de não-cristãos)? O Concílio, sem dúvida, inaugurou uma nova espiritualidade: a espiritualidade dos avestruzes.
O jovem a que me referi não é exceção. Suas idéias valem muito como indícios de um estado de coisas. Elas mostram, como única alternativa aparente à falsa igreja ativíssima e entusiasta dos padres e bispos comunistas, a Igreja omissa, entorpecida, hipnotizada na contemplação vaidosa de sua própria alienação.
Que eficácia têm, nessas condições, a “devoção e contrição” de que se gaba o nosso personagem, e as de tantos outros como ele? Mateus, 5:23-24, ensina: “Se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta.” Será que trinta e tantos milhões de mártires não têm queixa nenhuma contra os irmãos que os ignoram em favor de “coisas mais importantes”, como os ignorou solenemente o Concílio?
P. S. – Quem quiser detalhes sobre o pacto hediondo que impôs à Igreja o silêncio quanto ao comunismo, leia Pope John’s Council, de Michael Davies (2nd. ed., Kansas City, Missouri, Angelus Press, 2008), e Las Puertas del Infierno, de Ricardo de la Cierva (Barcelona, Editorial Fénix, 1995).

quarta-feira, 25 de março de 2009

O PROJETO COMUNISTA PARA O BRASIL E A AMÉRICA LATINA

O PROJETO COMUNISTA PARA O BRASIL E A AMÉRICA LATINA
Por Taiguara Fernandes de Sousa
Há décadas os comunistas planejam a instauração de um regime ditatorial comunista no Brasil e em toda a América Latina.No dia 23 de maio de 2008, uma reunião em Brasília tornou realidade a UNASUL (União das Nações Sul-Americanas), através de um Tratado Constitutivo que crio uma personalidade política própria para o Bloco e, entre outras coisas, um Conselho Sul-Americano de Segurança.Este Bloco – estipulado nos moldes da União Européia como união política e econômica, com moeda única e parlamento comum – é divulgado como a última salvação econômica da América do Sul, como se o simples ingresso no mesmo fosse tornar qualquer país sul-americano desenvolvido instantaneamente.E promessas como esta atraem mentes ingênuas...A Unasul é apenas uma mal-disfarçada tentativa de implantar na América do Sul um regime ditatorial comunista, exatamente igual ao que foi feito na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a extinta URSS. Diríamos que a Unasul é tão-somente a URSS trazida para a América.E quem deseje confirmar tal coisa, basta abrir os olhos e analisar as pistas que a própria Unasul nos dá...Não por coincidência, sua bandeira carrega as cores vermelho-sangue e amarelo... exatamente as mesmas da bandeira da URSS, ainda hoje utilizadas pelo Partido Comunista.A Sede da Unasul será em Quito, Equador... o Equador do socialista Rafael Correa.O Parlamento da Unasul será em Cochabamba, Bolívia... a Bolívia hoje dominada pelos comunistas de Evo Morales.E o Banco do Sul, o centro financeiro do Bloco, por onde circulará a moeda única (que Evo Morales sugeriu chamar-se “pacha”: “terra”, em idioma quíchua...) será... em Caracas! Caracas, a capital venezuelana, do déspota totalitarista Hugo Chávez... que nunca escondeu seu desejo tão caro de estabelecer uma união das nações do Sul, como propôs Bolívar....Estas pistas revelam bem o que, realmente, é a Unasul: uma tentativa – já uma realidade política – de implantar na América Latina uma nova URSS.A diferença entre União Soviética a União das Nações Sul-Americanas é tão somente o método de implementação: a URSS foi implantada de chofre, por uma revolução violenta e anárquica; hoje, como já não se dá mais valor a estas revoluções – o mundo está cansado de revoluções que no final tornam tudo pior do que era antes – a Unasul é implantada aos poucos, gradativamente, de forma sutil, em um movimento lento, cuja intenção é desviar as atenções. E, de fato, quase ninguém está percebendo para onde estamos caminhando.No Brasil, onde a ingenuidade chega às raias da ignorância, o povo não percebe a que ponto está sendo conduzida a lenta revolução comunista do governo Lula. É incompreensível que o povo brasileiro se deixe seduzir por promessas de milagres econômicos e feche os olhos à realidade: em breve, neste caminho, o Brasil se tornará uma república socialista, de regime ditatorial!O Presidente Lula põe em postos-chave de seu governo pessoas abertamente ligadas às causas revolucionárias comunistas, com um passado terrorista e guerrilheiro envergonhável.José Genoíno, o “companheiro Zé” do Lula, sempre foi genuinamente a favor de uma revolução comunista, e nem mesmo hoje, quando o PT tenta passar uma imagem mais bonita e disfarçada de seu esquerdismo, não esconde esta sua pretensão. A Guerrilha do Araguaia, na qual ele lutou, tinha este objetivo. Felizmente foi suprimida pelo Exército Brasileiro...José Dirceu, outro “companheiro Zé”, é revolucionário comunista e guerrilheiro de carteirinha, inclusive treinado em Cuba pelos mais preparados assassinos... ops! oficiais cubanos para implantar o regime comunista no Brasil.Esta figura foi deslocada do governo Lula após o escândalo do Mensalão, mas em seu lugar foi posta criatura muito melhor, de credenciais tão ou mais aptas que as de Dirceu à condução da Revolução que o Presidente teme promover abertamente: Dilma Roussef, a “camarada de armas” de José Dirceu, como ele mesmo lhe chamava, unindo numa só expressão o tratamento soviético e o ideal comuno-guerrilheiro.Que beleza de Ministra! E agora já se fala em lançá-la à Presidência, em 2010. Deus nos livre!A Ministra Dilma “Estela” Roussef, em seus tempos de juventude, foi guerrilheira e participou ativamente das fileiras de dois grupos terroristas no país: o COLINA, Comando da Libertação Nacional, organização terrorista e subversiva; e o VAR-Palmares, a Vanguarda Armada Revolucionária de Palmares, uma verdadeira FARC brasileira, a qual, como o próprio nome diz, tencionava realizar a Revolução Comunista por meio das armas e da violência. No VAR-Palmares, a Ministra usava o codinome de “Estela”. E, tomando como base as atitudes da Ministra, nada nos faz supor que tenha esquecido suas idéias revolucionárias.A Sra. Estela Roussef fez até um showzinho na CPI dos Cartões Corporativos, dizendo orgulhar-se de ter combatido a ditadura... Ora, sejamos ao menos sensato (sensatez é muito a exigir-se de um comunista): a Ministra Roussef, ou Camarada Estela, não lutou contra a ditadura militar, mas sim em prol da ditadura, só que uma outra ditadura: a comunista, cuja implantação era objetivo do COLINA e do VAR-Palmares.E isto não se aplica somente aos grupos terroristas dos quais a Ministra Estela participou, dado que é fato inegável que os comunistas que lutaram contra a ditadura militar no Brasil, lutavam, na verdade, pela implantação de um regime comunista nos moldes cubanos. Negar isso é negar o fato histórico concreto.Eis a Ministra Estela, que se quer fazer Presidente... Estela.O Lula, com seu jeitinho tímido e de “homão” nordestino, na verdade é muito inteligente: move tudo por debaixo dos panos. Uma revolução tão habilmente traçada e planejada, há tantos anos. Não uma revolução: uma conspiração contra a nação brasileira.São estes os políticos que hoje dominam o Brasil. São estes os políticos que querem implantar um regime comunista na soberana nação brasileira, suprimindo as liberdades individuais e propugnando ideais há muito demonstrados errôneos. São estes os políticos que querem enxertar na América o carcinoma da União Soviética.Seríamos capazes de prever os passos desta Revolução Comunista lenta e gradual:1º Passo: Revolução culturalAntes de semear, o terreno deve ser arado e a terra preparada. Não se pode infiltrar a ideologia na mente de alguém sem que antes seu pensamento seja direcionado a recebê-la. Mão Tse-Tung sabia disto, e foi no que se baseou para sua Revolução Cultural na China, a partir de 1966.No Brasil, a Revolução Cultural acontece: o governo estimula uma degradação de valores como nunca antes vista. Foi no governo Lula que foi aprovada a perniciosa Lei de Biossegurança, que não garante a segurança dos mais indefesos, os seres humanos em idade embrionária. E é neste governo que se quer aprovar o nefasto e animalesco crime do aborto – por iniciativa do Presidente, que convocou uma Comissão Tripartite para elaborar um Projeto de Lei a respeito, e pôs no Ministério da Saúdo um médico abortista ao extremo da obsessão.Não bastando, ainda se quer neste governo do Lula aprovar uma Lei pela qual todos os brasileiros – todos, e absolutamente todos – são obrigados a tolerar e concordar com os atos imorais e pecaminosos praticados por um homossexual, sendo-lhe proibido o direito de manifestar-se contrariamente às práticas homossexuais. E sequer pense o brasileiro em tachar de “promíscuas” as perniciosas paradas gays, pois poderá ser levado ao hospício... afinal, ainda um dia desses disse o Presidente Lula que ser contrário ao homossexualismo é a “doença mais perversa que já entrou numa cabeça humana”...Mas nada é comparado às máquinas de camisinha nas escolas públicas, pelas quais os adolescentes são expostos e estimulados ao sexo livre e irresponsável. Sexo animalesco e bizarro, na verdade.É a Revolução Cultural, que no Brasil anda a mil.2º Passo: Amizade com regimes comunistasMas para preparar o pensamento do povo ao acolhimento de um regime comunista, é necessário ainda que sejam fechados laços de amizade com regimes do tipo, para que o cidadão já tenha como parte de sua experiência de vida a convivência com tal regime.E nisto se dá a lua-de-mel de Lula e Hugo Chávez, a quem o Presidente chama de “companheiro” (que bela qualidade de “companheiro”...). A entrada da Venezuela no Mercosul, não obstante as constantes violações dos direitos humanos naquele país, se dá no mesmo contexto.É nisto que se dá, também, a tímida reação brasileira às estatizações do gás boliviano, e a maravilhosa relação fraterna entre Lula e o comunista Evo Morales.Não se pode esquecer a grande amizade deste governo com a China comunista... China na qual não há liberdade; China que assassinou e assassina milhares – ou milhões; China na qual milhares de homens são presos em verdadeiros campos de concentração e forçados a trabalhar de forma escrava nas indústrias, fabricando estes produtos baratos que atolam o mercado brasileiro (“Made in China”... ou “Made by slave work”).3º Passo: CensuraA Lei da Mordaça Gay, da qual já falamos, é um exemplo do início da censura no Brasil.A censura já acontece.Durante o julgamento do STF sobre as células-tronco embrionárias, esta censura tmou proporções absurdas: nenhuma notícia, uma sequer, foi divulgada contra as pesquisas; apenas a favor. Não deve ser coincidência que o governo fosse o maior interessado nas pesquisas com células-tronco embrionárias.Não se falou nos tumores que estas células podem causar.Não se falou dos benefícios maravilhosos que se pode obter com células-tronco adultas.Não se falou de tantas crianças que nasceram mesmo após terem sido conservadas criogenicamente por mais de uma década (desmentindo o argumento dos “embriões inviáveis”...)Por não ter provas, o autor deste artigo exime-se de acusar o governo de estar por trás da manipulação midiática de informação a respeito das células-tronco e de censurar as informações em contrário às suas intenções.Mas que uma censura larga em ação no Brasil, isto ninguém pode negar.E se os brasileiros não tomarem cuidado, ela se alastrará.4º Passo: Reforma Agrária nos moldes soviéticosUma Reforma Agrária injusta, confiscatória e completamente desprovida de sentido deverá ser realizada por iniciativa governamental. O proprietário rural terá sua terra desonestamente confiscada para ser redistribuída da forma que o governo bem desejar. Exatamente como na URSS, não se fará distinção entre proprietário rural grande ou pequeno: o proprietário rural é o inimigo, seja ele quem for.O apoio do governo Lula ao revolucionário MST, que, invadindo propriedades (com o apoio da CNBB), desrespeita os Sétimo e Décimo Mandamentos de Deus, pode ser visto como o primeiro passo rumo a este ideal...5º Passo: Perseguição à religiãoA religião é a pior inimiga do comunismo quando não se dobra perante ele. E a única capaz de não se dobrar, por sua coerência e firmeza, é o Catolicismo. Por isto, ela deve ser perseguida.Nesta primeira fase da perseguição, o Catolicismo será desacreditado junto ao povo.Isto já está acontecendo.Basta observar o episódio das células-tronco embrionárias, onde a posição contrária da Igreja não era digna de crédito, simples e estapafurdiamente rejeitada pelos opositores (que conhecem sua coerência e exatidão), tachada de obscurantista e medieval. A expressão mais utilizada no episódio das células-tronco embrionárias foi “Estado laico”, e não “embrião humano”.Agora se quer tirar, por força de lei, o título de Padroeira do Brasil de Nossa Senhora Aparecida, algo que já faz parte da piedade popular.6º Passo: Censura formalCensura decretada sobre forma de lei.7º Passo: PrisõesInimigos políticos ou pessoas contrárias ao rumo tomado pelo país deverão ser presas e caladas. Primeiro com base em acusações falsas. Depois, sem motivo.8º Passo: Decretação do Regime ComunistaSerá decretado um regime ditatorial de cunho comunista. Se dirão palavras do tipo: “Uma nova era se inicia, uma era de igualdade e justiça”... Serão prometidos milagres econômicos, justiça social, o fim da fome e da pobreza, e outras coisas materiais que encantarão a muitos.9º Passo: UnasulUma nova URSS.10º Passo: Extinção aberta da religiãoA religião, em especial a católica, será perseguida de forma bizarra. O ódio comunista à religião fará muitas vítimas. Como na URSS e na China, o objetivo será claro: eliminar a religião até os seus fundamentos. Igrejas fechadas, católicos presos e assassinados. Verdadeiro “Holocausto Católico”, de feições demoníacas.Cada um destes passos já está em andamento. Deus nos livre que todos eles sejam dados!Podemos parecer pessimistas ou chocantes demais ao denunciarmos estes dez passos. Mas nada fazemos a não ser olhar para o passado e dele tirar lições para o presente: exatamente o que aconteceu na URSS, na China e na Guerra Civil Espanhola pode acontecer no Brasil. Não queremos ser sensacionalistas, mas é chegada a hora de o brasileiro deixar de lado a ingenuidade e ver a realidade de forma nua e crua, como ela é de fato.Seria ingênuo considerar que tudo ocorrerá durante este governo.Não.Este governo é o início de um antigo sonho comunista.Uma sucessão de governos deste tipo e logo teremos uma ditadura comunista no Brasil.Um futuro governo da Ministra Dilma “Estela” Roussef piorará as coisas.Cabe ao povo brasileiro não permitir tal coisa.Cabe ao Brasil reafirmar sua soberania perante este crápulas terroristas e mascarados, discípulos de Stálin, Mao e Fidel.O povo brasileiro não pode cruzar os braços diante da ofensiva comunista nesta nação.Se este povo não lutar contra esta ofensiva, o Brasil será deixado num berço de serpentes.E estas serpentes o envenenarão, com conseqüências trágicas para a nação.Levanta-te, brava gente brasileira!
Taiguara Fernandes de Sousa.